terça-feira, 12 de agosto de 2014

VASO BOM. E QUEBROU

Velório realizado na Igreja dos Capuchinhos

Sepultamento no Cemitério Parque Max Domini II, em Marituba

Nascimento: 09.05.1927 / Morte: 06.08.2014


Fotos e vídeo da artista destemida e sempre porreta Leka Liares
Dizer adeus à minha avó foi um sofrimento. A palma da mão ficou suada, a voz engasgada, o coração disparou e a agonia começou a crescer. Senti um temperamento estranho que me fez silenciar por um bom tempo. Não conseguia manter meus olhos e minhas mãos distantes daquela pessoa tão amada e querida que cuidou de mim.

Muitas vezes, minha vó foi capaz de ajudar as pessoas a realizar os desejos. E de quebra, também, ajudou a 'botar no lugar' as pernas, os braços, a barriga, os nervos, e não muito as neuroses dos intransigentes que batiam à sua porta em qualquer hora do dia ou da noite, perturbando-a em seu deleite, dando todas as forças morais, assumindo o árduo compromisso (como ela bem soube) de dizer sobre a vida de uma forma diferente, por meio do seu amor e generosidade imensuráveis.

Passadas algumas horas, ouvi uma voz dizer que era a vez dela e que estávamos de passagem e por isso tínhamos o dever de ser melhor do que somos. Acredito que foi minha avó quem falou tudo isso. Imagino que às vezes somos o tempero do viver. Não quero que a dor me torne mais sensível, também não abraçarei religião com medo da morte. Naquele momento, senti imensa alegria por minha avó ter existido, por ela ter sido ela em todos os momentos, e por ter saudado tudo isso de forma magnífica, rindo, na sua graça.

Minha avó era uma pessoa exagerada e morreu também de forma exagerada, vivendo tudo que tinha para ser vivido. Amém!


(Alex Contente)

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