Agora há pouco, a polícia militar para em frente de casa, fortemente armada, para fazer uma abordagem de três elementos suspeitos dentro de um carro. A rua para, a vizinhança para, meu cachorro também para, e até a mulher na cozinha para tudo, correndo para ver o que estava acontecendo lá fora; enquanto eu deitado na rede paro também por alguns segundos para depois sair correndo feito um típico cearense fofoqueiro para assistir à tal perseguição, que fez todo mundo parar. E não mais que de repente, na força e direção, já estou lá eu no portão de casa só de cueca, observando toda a cena frenética diante dos olhos dos policiais, de onde um deles (encabulado com minha presença, digamos, de forma inusitada), e com um fuzil de mais de um metro em mãos, me olha com um olhar perdigueiro de quem diz: vai vestir uma bermuda, rapá, senão te levo como desrespeito à autoridade, o que percebo sem muito esforço de clarividência, obedecendo de prontidão -, correndo disparado feito Usain Bolt e fraco como o Corcunda de Notre Dame, pra se espichar de volta à velha rede de punho frágil, de onde eu não deveria jamais ter me separado... Égua... Tedoidé!!!
Eu sou de Belém do Pará Minha terra natal além de mim Mas estou no Ceará, o que é que há? Só quero descanso e paz pra alma. Não tem nenhum engano nem mistério O céu espetacular divinamente é o mesmo E o nosso Deus dai-nos a paz soberana. O arco-íris faz parte do trem, todos têm. Claro que também sei ser bem escroto De perto todo mundo tem paranoia Adoro leite mas tenho sangue de limão Tenho amigos que são realmente irmão. Só abro a cabeça para que tudo floresça Neste caminhar mais que escuro e tenebroso Minha vontade é soberana como o espaço Não duvido de mim, sou mais que livro. Pois, só assim, terei muito o que contar Que nunca estive sozinho A poesia e a aventura desenham Meu coração eterno com toda razão Profunda de viver e sonhar com toda palavra o modo de pisar no chão... Sim, estou por aqui, e o que é que há? Ainda que não há sentido mas sinto que Faz parte do meu mundo todo dia. E eu estou e sempre estarei por aqui.
De onde vim tem carimbó além de Pinduca, bobó e o tacacá da Timbó Muita manga e jambu para o sopro do bambu em mar de urubu Farinha d'água e rebolado pra sentir a chuva cair no telhado E haja molejo para o caldo de caranguejo na orla de Icoaraci Com brisa de rosas que vem do Ver-o-Peso de tantas Cheirosas Quem vai ao Pará depois de tomar açaí não pensa em sair das bandas de lá Isso não é falsidade nem questão de idade é apenas saudade Pois tudo isso tem no estado de poesia queixa, amor e bem... Né, Belém, hem?
Deus é a nossa vida Deus é o nosso amor Deus é a nossa saída para um mundo sem dor. Deus é o nosso caminho por entre flores e céus ao nosso único ninho que exala aos seus toda a glória do poder a toda criatura que crer no verdadeiro Deus.
Quinta-feira chuvosa no bairro Ainda que eu escute música E acenda luzes pra ver tevê Nada acontece na vida O mundo foge do normal Onde aprendo ser anormal Deixo o coração no telhado Onde o gato cheira o caminho Pra melhor trilhar o sofrimento E deixar qualquer incauto inalar O aprendizado da sobrevivência...