domingo, 28 de setembro de 2014

O CANTO DA JANDAIA

Entre as pernas da índia de lábios de mel.
Nunca mais fui ao Ceará ver aquelas paisagens cristalinas. Estou com saudades das feiras do Mercado Central (não só como um lugar para as compras, mas, sobretudo, para celebrar a arte cearense) e dos intermináveis acontecimentos no Centro Cultural Dragão do Mar.
O Ceará tem algo de irrealidade, o sertão nordestino dos repentistas é ficção pura, santos vivem em cima de jumentos. É sempre bucólica e telúrica a relação dos nordestinos com a natureza, com a crença na terra e no respeito às águas diante da seca. Deitado em minha rede, deixo-me sentir pleno de saudade porque faz parte da fuga do momento em que vivemos.
Nas horas periféricas em que tudo tem sabor de despedida, volto para minha lembrança. Há anos não dava volta em torno do Ceará. Meu coração caiu do prédio mais alto ao lembrar do chão que pisei em terras alencarianas. Meu corpo que tanto bronzeei aos seios da menina Iracema. Suave brisa, alegria saudável, tristeza necessária, pensamento lúdico diante dos olhos. Há dias que sinto o cheiro cearense aqui no meu quarto, não um cheiro qualquer. Estou de olhos bem abertos ao Ceará e beijo meu passado neste presente que ainda construo dentro da memória que ainda me resta.
O Ceará é, sem dúvida, uma grande festa!





(Alex Contente)

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

CIO NO ÉDEN

"Pecado Místico", obra da artista gaúcha Nua Estrela
( Pastel oleoso com efeitos em terebentina )


Entre o gato e a cobra, a mulher exterioriza seu lado fatal, provocando a libido de Adão, que espera o cio para o gozo gemido, enquanto a cobra põe a agonia de fora, sentindo o cheiro do sexo exalado por Eva. Transa de ambos. Pesadelo da leitura do desenho... 

(Alex Contente)

POESIA ( RUAS DA MORTE )


domingo, 21 de setembro de 2014

A MÃO DA LIMPEZA

Artista não é vagabundo, artista é artista. Na rua, na chuva, no mato, nas trevas. Artista chora, pede, implora, invoca, sente, emana, vagueia, conquista. Na vida e na hora da morte. De óculos, de travessa, de skate ou nu, descalço, a pé, a cavalo, artista caminha por entre sonhos e ideais. Os aplausos e assovios, abaixo do céu, são suas vontades agradecidas: refletem o bem pra alma. Direcionadas à saga do artista!

(Alex Contente)


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

MAMÃE, CORAGEM


Mamãe, a vida é assim mesmo. Eu vou embora. E nunca mais vou voltar.
Mamãe, mamãe, não chore... (Alex Contente)

SALADA MUSICAL


Do olhar, o Arnaldo
Da Marisa, a cara
A rebeldia do Cazuza
O carinho de Frejat
Do Caetano, as frescuras
De Gil, o jeito
Da voz, a Gal
Da Bethânia, os deuses
O lado do Zeca
Abandono do Melodia
Djavan, açaí
O remelexo do Ney
Raul, rock'n'roll
A pajelança de Clara
E a ternura de Nara
O Tremendão Erasmo
As esquisitices de Roberto
De Donato, a descoberta
A Marina de Dorival
O sacolejo do Cachorro Doido
Da prece, Joanna
De Sampaio, a revolta
Os batuques de Benjor
O manifesto de Tom Zé
A Geleia de Torquato
Do Chico, a obra
Timidez de Marina
A onda de Rô Rô
A despedida de Vandré
O sabiá de Jair
A morte de Gonzagão
E a dor sem Gonzaguinha
Ainda resta
Nesta festa, a música...

(Alex Contente)

domingo, 14 de setembro de 2014

DE REPENTE, QUARENTA





Na casa dos quarenta as roupas parecem mais formais, os bonés parecem abatidos à tiros e uma certa barriguinha é permitida, afinal você já tem idade e não é mais garoto pra ficar andando sem camisa por aí.  Na casa dos quarenta a sua preguiça é maior, as poltronas são maiores, as viagens mais interessantes. Na casa dos 40 todo mundo sente dores na coluna. Na casa dos 40 você decide aproveitar a festa dos próximos dez anos, bebendo um pouco, saindo pra fumar um pouco, se apaixonando um pouco, galinhando um pouco... mas tudo um pouco e bem moderado porque, afinal, agora você já tem 40 anos...




(Alex Contente)

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

POESIA ( PINTURA DIGITAL )


Me refaço na pintura digital
Pelos desejos contidos
Nas formas desenhadas
De brilhos íntimos...

(Alex Contente)

TUDO MUDA

Algo em mim tem mudado sem minha vontade ou concessão. Eu quero sair por aí sem me preocupar com nada, apenas curtir o que quer que seja. Quero ser tranquilo, leve. Mas ao contrário disso, eu saio e fico na maior noia. Quando você tá sereno é diferente. As pessoas te notam. Você vai passar um mínimo de confiança, mesmo que no fundo você não seja lá tão seguro de si.
Mas eu era sereno! O que aconteceu comigo? Quando aconteceu?!
O pior de você perder a serenidade, é a frustração. Você vai pra um lugar naquela puta expectativa. Chega lá, nada acontece, como era de se esperar. Aí você volta pra casa louco de tristeza porque suas expectativas não se concretizaram.
Por mais que eu diga ''não vou criar nenhuma expectativa dessa vez", "vou apenas curtir", não tenho conseguido, não sei por que. Minha frustração tem superado minha própria força de vontade, é estranho. E se torna um círculo vicioso: não acontece nada uma vez, tento mais uma... não acontece nada outra vez, tento mais uma... e mais uma... cada nova tentativa frustrada é como uma bola de neve que não para de crescer e descer ladeira abaixo, cada vez maior e mais veloz. Sou um jogador viciado que não se cansa de perder; aposta tudo o que não tem, pra se perder mais uma vez.
Eu não sou expert no assunto, mas posso garantir: a serenidade chama atenção e faz você conseguir as coisas mais fácil. Tenho pensado em me ocupar com alguma atividade que mude um pouco a rotina pra tentar diminuir minha ansiedade. Apenas é chato fazer algo por "necessidade" e não por vontade verdadeira. Podem me chamar de desesperado...

(Alex Contente)

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

HOJE EU TIVE UM SONHO

Acordei sentindo sua falta, queria tanto poder abraçá-la demoradamente...
Hoje eu sonhei com minha vó.
Com simplicidade, ela me falava da força da existência.
E eu podia vê-la em algo tão divino, mas rindo debochadamente eu apenas lhe acompanhava naquele batalhão de cruzes entre o céu e o azul do mar.
Nesse momento, só pensei nas coisas mais lindas da vida.
Amanhã tudo poderá acontecer...

(Alex Contente)


BIKE POÉTICA

Magro, cabeludo 
Barbado, desajeitado
Futricado, encurralado
Num sorriso empacotado
Pelas ruas de Belém.

Prejudicado, desgraçado
Enfeitiçado, sem jeito
Sem proveito, com defeito
Endividado até o talo
Fica com raiva com razão.

Sem dinheiro, lascado
Escondido, dividido
Sem ter feito, perfeito
Aproveita a perambulação
Dentro do conceito da entrega
O entregador pedala a ocasião.


Lá vai o poeta
Com sua bike poética
Lá vai o poeta
No suplício dos dias úteis.

Num olhar perdido
Pelas vias da ilusão
Tem jeito de louco
No defeito, incompreendido
Tem nos olhos a agonia
Dos carros e caminhões.

Sabe perfeitamente
Que no trabalho
Sobretudo carregado
Exaustivo, estressado
Não tem hora pra almoçar...


(Alex Contente)

terça-feira, 9 de setembro de 2014

POESIA ( SANTA POESIA )


MUITAS SAUDADES!!!

Há um mês morrera a metade da minha alma... Só sei que se a vida aprontar - e o que vier - a dor vai se fartar, mas se Deus existir estarei sempre por aqui perto dos olhos. Obrigado pelas orações para minha guerreira, para minha vó.
(Alex Contente)

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

POESIA ( NÃO HÁ NADA DE NOVO)


MORTE EMOCIONAL

Tenho pavor da morte emocional, de aos poucos me auto-vampirizar, negando todas as possibilidades de afeição e inspiração. Acredito que a única morte verdadeira seja viver sem propósito, perder a capacidade da emoção, morrer de tédio diante de nós mesmos, e não ter na vida a parceria imprescindível para que antes de tudo nunca deixemos esquecidos num canto qualquer do coração nossa alegria e delicadeza para com tantos outros corações...

(Alex Contente)

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

POESIA ( PINTEI MEU MUNDO )


POESIA ( PÁLPEBRAS )


ENTREVISTA PARA O JORNAL AMAZÔNIA

Edição de domingo, 31 de agosto de 2014, especificamente página 33.

Fui um dos entrevistados pelo jornal Amazônia acerca da reportagem sobre poetas que utilizam as redes sociais para divulgar suas poesias, seus escritos literários. Como o jornal não publicou toda a matéria por falta de espaço na página, a gigantesca entrevista produzida pela jornalista Vivi Matos - sem cortes e sem edição - encontra-se em seu Blog (senhoritamatos.blogspot.com.br). Quem não teve como comprar o jornal, no link abaixo está disponível toda a conversa concedida na íntegra.

http://senhoritamatos.blogspot.com.br/2014/09/poetas-plagio-e-redes-sociais.html?spref=fb

(Alex Contente)

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

POP WU WEI

Há umas coisas pairando que ninguém sabe
Na praça, na roda, no bar, no mato
Dentro do barco, no centro ou na encruzilhada
Ogum, Oxumaré, Xangô, Omulu
Pertencem a algum céu e a algum deus.
O fato de não ter religião, me liberta pra ouvir
Padre Zezinho, Irmão Lázaro, Margareth Menezes,
Clara Nunes, Diante do Trono, Rosa de Saron
e Filhos de Gandhi... Saravá!!!


(Alex Contente)

EM DESTAQUE

A-DEUS!

*19.09.1954      †31.08.2023 Ele não era um amigo. Era um irmão. Que a vida me deu. Daqueles preciosos. E que não passam de 5. Para sempre n...

AS MAIS VISITADAS