segunda-feira, 26 de junho de 2023

DESPEDIDA I

Eu vim pra cá pro Ceará e me misturei com a terra, com o mar (ah, que mar!), com as noites e ondas do luar, às vezes melancolicamente e outras com largas vacas gordas. Sempre com presença marcante nas andanças fortalezenses, sob o sol sempre a pino castigando tudo e ao mesmo tempo purificando a todos.

Oito anos sentindo pureza, pureza de um povo, de um lugar, de uma tribo (indígena, sim, pois ainda há tribos por aqui), uma nação cujo povo acorda de madrugada pra ir pra luta e ao cair da noite estão calados, cansados e, claro, exaustos.

Um povo que fala cantando, que tem sorriso solto, piada contagiante (tirada da própria desgraça), com aquele abraço comedido às vezes até distante, carregado de calor nordestino.

Povo que também tem muita coisa triste, como a miséria que nunca acaba. Mas sempre com uma pontinha de esperança e a fé inabalável de que alguma coisa aconteça em suas vidas. Mesmo quando a chuva não vem. E quase nunca vem.

Todavia, nada é perturbador pra esse povo, tão diferente, sim, mas tão batalhador, sofrido e tão tudo, mas que em cada lar, em cada parede, há sempre um retrato de esperança na porta da casa. 

O Estado do Ceará é filho da vontade - entre delícias e dores, assim como também é filho do milho, do feijão verde, da feira que predomina em cada bairro, da miúdeza, da renda, do artesanato, do doce mel, da fava e, o melhor, da buchada, panelada, carneiro ao molho, galinha cabidela, e tripa de porco assada pelas ruelas abaixo.



poeta Alex Contente

sábado, 17 de junho de 2023

BREVE ENCONTRO

 #tbt sabático de hoje é dela, é pra ela. Somente dela. Por quê? Porque ela é demais. Totalmente demais. Eu não posso esquecer nunca disso. Ainda que seja tudo por nada. Mas nunca será nada, porque ela é sempre tudo.

Claro que ela também tem seus mistérios. Mesmo com o jeito doce e meigo e rebelde. E muito mais. E mais: ela tem brilho de estrela, aquela que faz o sol ser seu filho-louco-
sonhador, com direito a cafuné n'alma...


Quem é ela?

Ela é mãe, ser sobrenatural. E longe de qualquer dilema, sou filho dela, Helena, e ela é minha árvore; portanto, sou seu fruto.

poeta Alex Contente


quinta-feira, 15 de junho de 2023

DESPEDIDA

Quando você se despede de um lugar é uma tremenda dificuldade, pois as coisas que vêm do coração dão a entender que não têm mais o que se conquistar, o que se apreciar, o que se fazer, as alegrias ficam pela metade e o desânimo deixa de ser passageiro.

Uma despedida seja lá de qualquer coisa, de uma cidade, de um cheiro, por exemplo, ou até de um amor, sempre implica um esforço emocional danado, de algo que poderá deixar saudade. Ou não. 

Nessas situações, se algo deu errado ou se não foi bom, em muitas ocasiões, enfim, já era, não tem revanche.

De qualquer forma (e é muito difícil isso), com tantas outras coisas para dizer, mas nunca se está preparado para um dia dizer adeus. 

É aceitar. E pronto. É uma viagem de ventania.

poeta Alex Contente

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*19.09.1954      †31.08.2023 Ele não era um amigo. Era um irmão. Que a vida me deu. Daqueles preciosos. E que não passam de 5. Para sempre n...

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