quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

NÓS VAMOS INVADIR SUA PRAIA

Só sei que havia corpos de todas as formas porque na praia o espaço é público e democrático, e também não há photoshop. Há, sim, corpos queimados, sarados e escrotos em suas imperfeições. Fico imaginando as pessoas que não vão à praia, que não se desnudam, tudo isso por medo do julgamento alheio. Gente, vamos ser livres e compartilhar a celulite na areia, pois nela há espaço para todos! Quem falar do meu corpo mandarei usar clareamento anal, porque sei que há diabos que se importam com a cor da bunda. E nem vou entrar no mérito da indústria, mas quando a situação sai do controle fica difícil não sair pelado...

(Alex Contente)



segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

INFERNO DO DESASSOSSEGO

O inferno é a gente quem faz quando não encontramos satisfação em nada na vida. Criamos um descontentamento quando não encontramos pouso na tranquilidade. Vivemos às vezes uma profunda sensação de inferioridade diante das coisas que não podemos comprar simplesmente por não se ter condições naquele momento e ficamos impotentes para encarar a dura realidade, tornando assim o mundo chato e menor aos nossos olhos. Mas um dia a situação poderá mudar (ao menos acredito nisso). Hoje em dia nada é mais sagrado que uma ida ao shopping para lamber as vitrinas de grifes, desejar ter os colares mais caros e os celulares mais badalados do momento...





(Alex Contente)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A GENTI ISCREVI CUMU SI FALA

Pois é. U purtuguêis é muinto fáciu di aprender, purqui é uma língua qui a genti iscrevi ixatamenti cumu si fala. Num é cumu inglêis qui dá até vontadi di ri quandu a genti discobri cumu é qui si iscrevi algumas palavras. Im purtuguêis não. É só prestátenção. U alemão pur exemplu. Qué coisa mais doida? Num bate nada cum nada. Até nu espanhol qui é parecidu, si iscrevi muinto diferenti. Qui bom qui a minha língua é u purtuguêis. Quem soubé falá sabi iscrevê.





(Autor desconhecido)

DÉSPOTA

Chefe metido a besta dando ordens sem nenhuma margem de conhecimento. Simplesmente um tirano que tão somente vermina sua tirania e que tem o prazer de fazer confusões através do seu potencial poder de merda. Arrota uma ordem vazia de autoridade infeliz para cima de alguém e sentencia quem bem entende com seu escancarado lado invejoso. Quando sente o socioemocional ameaçado, satisfaz seu mundo doente ao humilhar, ameaçar a quem escolhe como vítima indefesa para sua sórdida covardia, escondida atrás do manto. Delira ser um César quando não vai além de um vassalo bobo do sistema a que, coitado, está grudado, castigado...

(Alex Contente)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

OS CARTUNS GRITAM J.BOSCO

Com lápis e bastante cor, parabenizamos o cartunista J. Bosco. O garoto que diariamente contagia e dá brilho, forma e consciência aos cartuns, criados para campanhas publicitárias, jornais ou simplesmente para o nosso bel-prazer.
J.Bosco, que tem nome bíblico, quando desenha é cartunista, chargista, quadrinhista, ilustrador, mas quando está em perfeita órbita no Planeta Terra do Meio em completa metamorfose, é também coração, girassol, Sol, e muito rock and roll...
E a Terra do Meio - esse lugar sagrado e habitat de cobras como ele - deve estar toda agitada à espera de seu ilustre visitante, para banhar-se nas águas claras de fontes e ares inesgotáveis do viver bem, ainda que seja de noite...
Para um artista dos Traços e Rabiscos e Luzes e Movimentos, 12 meses fazem uma diferença brutal, ainda mais agora que ele vai aparecer com cabelo, rosto, corpo, e tudo mais... sim, ele existe, É Do Pará...

(Alex Contente)

sábado, 19 de janeiro de 2013

PAUSA PARA UMA LEITURA


EU E MINHA CIRCUNSTÂNCIA

Às vezes sou vento, às vezes uma pedra. Outras vezes sou água que se filtra com facilidade. Às vezes sou fogo que queima na roupa; sou silêncio e ao mesmo tempo o grito. Sou música na dança, sou inúmeras coisas. Mas na maior parte do tempo sou humano que erra, que aprende e com certeza se engana.
Pela janela vi muita gente se molhar e eu fiquei admirando a chuva. Nestes dias de chuvas a rua fica vazia, está tudo muito quieto, muito calmo, um silêncio agradável, mais ou menos como tenho me sentido há algum tempo. Tudo parece mais simples. Vejo a tranquilidade nas certezas do que quero, do que sinto, de quem me deixa feliz. Nada do que está ao redor será capaz de desmanchar a serenidade que não consigo comparar com mais nada...







(Alex Contente)

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

CÉU OU INFERNO?

No inferno tem fila? Se tiver, deve ser tudo de bom... Brasileiro adora fila. Gosta tanto que existem até leis. Eu não quero ir para o Céu. Deve estar muito cheio por lá, cheio de gente chata, mesquinha, fresca. Como eu sou um cara rebarbado de nascença, no mínimo Deus diria ao me ver chegar por lá:
- "Vá pro inferno seu filho da puta, você e seu diabo de merda! Seu babaca, você deve ser um burguês que nunca rezou...".
- "Tá bom, nem queria mesmo! No inferno deve ser mais divertido e interessante do que aqui. Lá, deve ser um lugar bem bonito e chique, cheio de capetas bonitas, as melhores festas, tudo do bom e do melhor, a gente deve ser tratado como um rei!" - responderia, dando as costas, e desceria ladeira abaixo todo serelepe, levando a tiracolo minha amadíssima, Lecka, para uma festinha lá com o dito cujo, afinal de contas ela será minha até no inferno!!!
Por isso, é melhor eu me antecipar e levar um lero com o diabo, enquanto ainda há tempo, antes que o inferno fique cheio também. Já pensou ser recebido pelo capeta? O "mármore do inferno" é realmente tentador...
Não que eu quisesse zombar do Todo-Poderoso ou desfizesse a maldição, muito pelo contrário, é porque simplesmente comungo da ideia de que o homem deve ser intrinsecamente bom e fazer sempre o bem. E, claro, com essa desculpa me beneficiar de tal castigo de Deus...
Mas é o seguinte: será que posso passar 24h no Céu e logo depois passar 24h no Inferno? Porque só assim poderei decidir onde quero ficar.
Égua, será que Deus é brabo?...





(Alex Contente)

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O SEXO DAS PALAVRAS

Eu sempre trepo com as palavras, é amor à primeira vista. Trepo com uma maneira especial, de um jeito único, carinho e respeito, sem estuprá-las. Por isso, sou bem aceito, assediado e seduzido por elas. Geralmente trepo com as palavras no primeiro encontro, mas antes de penetrá-las em seu íntimo sintaxe, apenas tento boliná-las. Eu, lírico, teclo cheio de tesão; elas, entoam prazeres.
Trepamos no presente indicativo e no futuro subjuntivo, sem deixar de lado o passado erótico, mais-que-perfeito, fazendo aquelas obscenidades no infinitivo pessoal, arrastando palavras, conjugando verbos, elaborando frases.
As palavras aguentam tudo, todos os verbos, adjetivos, advérbios, sujeitos, plurais, substantivos, a nomenclatura de síntese (com ou sem os acessórios das orações) e toda a cúpula das figuras de linguagens, suas concordâncias nominais, os pronomes relativos - com semântica sempre por trás, ocasionando uma orgia de análise sintática, termos essenciais a uma boa trepação, paradigmas flexionais da categoria gramatical - a pontuação.
Se acho que não devo usar certas palavras, não gozo. Trepo de manhã, a tarde e de noite, comendo, ainda, as sempre sábias palavras em sua profunda capacidade de me fazer gemer, sem dor...


(Alex Contente)

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

TRISTE CONSTATAÇÃO

A Belém de que eu gostaria que fosse (e isso não é sonhar muito) está muito longe de ser. Tristemente, está muito aquém de ser uma grande cidade turística. E mesmo com toda idade matusalesca, às vezes creio que Belém é uma verdadeira anátema, um túnel enclausurado, uma boca sem dentes. Minhas impressões imediatas, sem nenhuma autocensura. Não vejo porque esconder essa sensação!

(Alex Contente)

domingo, 13 de janeiro de 2013

TRISTEZA

Ah, essa tristeza
Essa mesmíssima
Que persegue o gato, o cachorro,
O macaco, o rato, gente.
Parece que tristeza não tem fim.
Não tem hora, nem dia.
É senhora da agonia.
Sufoca em minutos intermináveis.
Tristeza não tem mãe como vida.
É insensata de coração.
Tristeza não dá satisfação, se aflora.
Gosta de pegar em qualquer lugar.
No bar ou na esquina da solidão.
Tristeza não precisa de reflexão e análise.
No vazio do silêncio, no canto da sala
Ou na parede úmida,
A alma se oferece à tristeza
com dor insuportável.
De saúde infernal.

(Alex Contente)

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

RESPOSTA AO CANALHA GENIAL

Facebook, posso te perguntar uma coisa? Por que você vive me perguntando como estou? Será que é alguma alma penada virtual que manda perguntar essas coisas bobas? E olha que não te vejo, não te provoco, não te sinto. Nunca vi teu face.
Mas, se queres saber como estou, te respondo: com cara de idiota olhando para uma tela de computador. Então, Face, se solta, vai, rasgue a sua fantasia e mostre o mundo que existe dentro de ti.
O teu primo Orkut já levou o farelo. Já está mais do que na hora de saber o que você realmente quer. Se toca, cara, isso demais enche o saco. Já até encaminhei denúncia spam à ouvidoria FaceFuck...


(Alex Contente)

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

DINOSSAURAMENTE TERRÁQUEOS

Em um determinado momento do mundo, os dinossauros passaram a ser uma grande ameaça planetária. Porém, para impedir a destruição total do planeta, a natureza os exterminou de forma definitiva. E não demorará muito a fazer do mesmo modo com os seres humanos, pragas totalmente imorais, autodestrutivas no próprio trato. Aparentemente a natureza é calma mas indestrutível, pode até demorar milhares de anos, mas um dia despoluirá os rios e os mares, transformará grandes desertos em novas florestas. E quanto aos seres humanos, coitados, pouco a pouco vão sendo todos desagrupados no que a terra um dia os transformou em dinossauros...

(Alex Contente)

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

POESIA ( GRITO DOS CÂNTICOS )

Do meu medo fez-se um espanto
Da rosto, assustadoramente,
Uma lágrima escorreu
Feito um monstro medonho
Sob os livros da mesa
Os gênios da lâmpada
Que, presos dentro da estrada longínqua,
A vizinhança em pânico
Grita atônita!
Eu quero primeiro me reerguer
Pra depois num cântico
Extravasar todos os meus cantos
Do corpo fez-se o esqueleto todo em pranto
Fez-se a alma correr em agonia
Só depois de algum tempo é que acordo
Sem hora e durmo mais que ontem
Fingindo ser inocente...

(Alex Contente)

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

SAUDAMOS OS POEMAS

Cecília Meireles (Canteiros) e Florbela Espanca (Fumo e Fanatismo) são de delicadezas ímpares. Musicá-las é presentear-nos, contemplar-nos. A união de três ícones da cultura e sensibilidade, chamando a atenção para o amor, traduzindo o estado de espírito das autoras - uma extrema surpresa. E quanta doçura na voz melodiosa do cearense Raimundo Fagner. Gratidão aos céus por permitir aos mortais tamanho privilégio. Cecília e Florbela devem ter gostado bastante. E eu também!

(Alex Contente)

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

A SAUDADE QUE NUNCA CESSA

Vasculhando ligeiramente minha cabeça ainda há pouco na hora da chuva, fiquei lembrando de todos os momentos, bons ou ruins, que se sucederam no decorrer de toda a minha trajetória. E chego à conclusão de que deve haver um motivo suficiente que não seja saudosismo, mas que dá sim uma profunda saudade capaz de arrancar o coração. Saudade imensa dos amigos que já partiram, de algumas cidades por onde andei. Mas depois de  sentir tudo isso, deixo o tempo lá, com todo o carinho. De corpo e alma aqui e agora estou, e sei que o paraíso não está enraizado no passado, como sei também que o paraíso não se encontra aqui...

(Alex Contente)

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

PALCO DE VÁRIOS PERSONAGENS

Todos os dias enceno mil diferentes faces criadas por mim mesmo porque sem isso como suportaria a solidão na alma de um único personagem o qual todos os dias faria a mesma apresentação no palco tedioso da vida? Vivo os vários papéis ao mesmo tempo e tento lidar sem explosões de raiva, ódio ou decisões equivocadas. Tem dias que, assim como Roberto, sinto vontade de mandar tudo para o inferno. Há momentos em que se precisa negociar com as emoções. A vida só é possível porque temos capacidade de adaptação. Só peço que os meus fantasmas, digo, os personagens, não me abandonem nunca e que sempre estejam comigo no palco...

(Alex Contente)

EM DESTAQUE

A-DEUS!

*19.09.1954      †31.08.2023 Ele não era um amigo. Era um irmão. Que a vida me deu. Daqueles preciosos. E que não passam de 5. Para sempre n...

AS MAIS VISITADAS