Poesias...

Sem pressa

Vai com calma, menina!
o caminho é de pedra
e a vida passa muito depressa...

Sem causa

Quem diz que ama demais
não tem ciência porque
o amor sem causa não
há efeito...

Alex Contente

Parabéns, Raul !!!

Raul Seixas: o Pai que deu o toque ao Rock Brasileiro.

Há 68 anos nascia o pai do Rock Brasileiro, o eterno Raul Seixas, um dos nossos artistas de maior aceitação popular (quem mais além de Roberto Carlos consegue agradar públicos tão distintos?).
Sua vasta obra continua e nunca mais parou de tocar. Dezenas de sucessos continuam sendo cantadas em todos os cantos e por gente cada vez mais jovem.
Nascido em 28 de junho de 1945, em Salvador, Raul Santos Seixas desde cedo se interessou por rock. Suas "fontes" para se manter informado eram os funcionários do consulado americano que lhe mostravam sucessos de Chuck Berry, Little Richard e, claro, Elvis Presley. Todos esses seriam os artistas mais queridos de Raul por toda a sua vida, e ele dedicaria alguns de seus discos às canções desses heróis.
A primeira banda "Os Relâmpagos do Rock" lhe rendeu shows e aparições na televisão.
Depois, o grupo passa a se chamar The Panthers e a fama local começa a crescer. Logo eles gravariam um compacto que apesar de não ter sido lançado comercialmente tocou nas rádios de Salvador (o público só foi ouvir Nany muitos anos depois em um dos primeiros discos póstumos lançados após a morte do cantor, o Baú do Raul).
Em 1965 Os Panteras já eram a banda de rock mais quente da Bahia. O grupo passa a dividir o palco (e também acompanhar) muitos dos grandes ídolos da Jovem Guarda. Nascia uma forte amizade com Jerry Adriani. E foi Jerry quem convidou-os a acompanhá-lo em uma excursão pelo Norte do país e depois convenceu a turma a descer pro Rio de Janeiro. Ali consegue contrato com a EMI e lançam o disco "Raulzito e os Panteras", que não acontece. Para se garantirem, continuam a acompanhar Jerry, até desistirem de vez do sonho. Todos voltam para Salvador e Raul retoma os estudos.
Óbvio que com tamanho talento não ia demorar muito para Raul novamente voltar à música. Em 1970 ele conhece um dos diretores da CBS (atual Sony/BMG) que o convida para trabalhar como produtor e compositor na gravadora.
Poucos sabem, mas alguns dos grandes sucessos populares do início da década de 70 como Doce, Doce Amor famosa com Jerry Adriani ou Ainda Queima A Esperança, em que Diana canta "meus parabéns agora e um feliz aniversário amor", foram compostos por "Raulzito", como ele então assinava.
Essa é a parte mais obscura da carreira do cantor. Na última edição da revista Rolling Stone, o pesquisador Marcelo Fróes conta que um CD com as cerca de 80 canções que Raul compôs para outros intérpretes estava até prensado quando em cima da hora a comercialização do disco foi vetada.
Mas nem só de sucessos populares foi feita essa parte da carreira de Raul Seixas.
Em 1971, aproveitando que o presidente da companhia estava viajando, Raulzito chamou seus amigos Sérgio Sampaio, Miriam Batucada e Eddy Starr para juntos gravarem o "disco-manifesto" Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10.
Um dos álbuns mais anárquicos e bizarros já lançados no país, esse disco merece ser conhecido por dar as primeiras amostras do que seria a carreira posterior de Raul e também por apresentar ao Brasil o trabalho de Sampaio, que ainda hoje é criminosamente ignorado pela mídia e pelo monstro Sist.
Raul sempre curtiu criar lendas e mitos a seu respeito (como o encontro com John Lennon que nunca aconteceu) e disse que esse disco foi gravado às escondidas e que tal ousadia lhe custou seu emprego na CBS.
Recentemente Eddy Starr (o único ainda vivo do quarteto) disse que tudo foi feito com a anuência da CBS e que Raul continuou na empresa por mais algum tempo.
De qualquer forma uma coisa é certa, em se tratando de Raul Seixas, as lendas costumam ser mais divertidas que os fatos.
É por isso e por muitas outras coisas que Raul estará sempre há 10.000 à frente.
Nada é por acaso, gente... Sou fã sim. E daí?!

Alex Contente

Meu lugar...

O lugar que um dia eu quero morar

Vai ter que ser bem longe da cidade,

bem longe, muito longe.

Onde só eu e a amizade de um doberman manso reine

E uma rede para o meu descanso.

Quero me embriagar com a brisa do mar 

E de lá saber muito pouco da vida

Quero contemplar da minha janela

os frutos maduros da terra

E poder comê-los.

Ver o mundo girar ao longe

Quero estar com saúde e na paz

Quando Deus um dia voltar... 

Alex Contente

GOETHE DA VILA MIMOSA

Queiroz em momento relax no seu bureau jornalístico.

Carlos Queiroz, figura máxima do jornal Diário do Pará. Quando eu cheguei à redação fiquei apavorado com aquele senhor editor, pois só me era dado o nome da criatura. Parecia-me um solitário com a demência própria dos sonhos. Muito depois, o conheci suficientemente para vê-lo de maneira definitiva. Tornou-se conhecido lançando os sedutores do material com que melhor ele trabalha - as letras, que geram textos, que geram títulos, que geram legendas, que geram o jornal, e onde seu espírito permanece e mantém-se iluminado até hoje. O velho Queiroz - ou Matador - é o maior vampiro das noites belenenses ainda em atividade.


(Alex Contente)

Acorda, Brasil...

Se o mundo está um lixo, eu não sou
Eu sou contente com muito orgulho
Por nosso Senhor!

Pela multidão inteira em
passeata eu clamo
por essa marcha que move

O país pode estar um absurdo
mas ele não é mudo
seu povo mostrou isso

Pelo Brasil inteiro eu espero
uma visão que comova
uma alegria, uma esperança

E ao mundo inteiro aviso:
precisamos de mais
humanidade!


Alex Contente

Poesia Classificada...

Foi com esta poesia bem contemporânea, atualíssima, que fui contemplado no Concurso Nacional Novos Poetas - 2013, ficando entre os 250 colocados dos 2.172 inscritos. Bom, né?!

Tinjo-me romântico mas na verdade sou um vadio computador...

Avatar

No break é meu nome

sobrenome, estabilizador

o corpo, sistema operacional

perfil, homepage

meu coração, software

pentium é meu cabelo,

olhos de gigabytes

nos meus ouvidos, áudio

minha mente, hd

minha memória, ram

o cérebro, tecnológico

mãos de mouse

pernas de webcam

cara de monitor

meu instinto, acelerador

do pensamento, velox

minha imaginação, conexão

meu desempenho, processador

a alma, multimídia

o intelecto, Intel

meu objetivo, conectividade

meu sangue é o link

minha ideia, o e-mail

meu medo, o vírus

meu deleite, delete

minhas confissões, arquivos

meu raciocínio, bug

minha vida, liga e desliga.

Alex Contente

Companhia...

Fiquei sozinho por um bom tempo,
por longos momentos...
A própria solidão leva à reflexão;
minha ignorância
leva à falta de entendimento.
Tranquilamente, observo.
Silenciosamente, analiso.
Entendendo o porquê do meu
encontro comigo e com os outros...

Alex Contente

TERRUÁ PARÁ PARA QUÊM?

Eu queria valer a pena festejar o lampejo poético que o balcão de novidades do festival nos oferece. Mas a cada ano não vejo nada de novo em cena. Excetuando os apadrinhados, existem muitos artistas por aqui que, merecidamente, precisavam galgar esse lugar ao sol. Sinto vontade, uma necessidade, em ver concorrendo no famigerado palco do Schivasapa nomes como Sérgio Leite, Lapidação Poética, Adílson Alcântara, Walter Freitas, entre outros injustiçados. E poder citá-los - metodicamente sete mil vezes - já é um enorme passo para chamar a atenção dos responsáveis pela (duvidosa?) seleção para os próximos festivais na cidade...


(Alex Contente)

Poeticamazonicamente...

Quero ver minha poesia
mergulhada em águas claras do mar
na harmonia das lendas

Quero ler nos galhos meus versos
num som alto de altos montes
inebriados com chuva louvor
de linhagem fina bela de orvalho

Quero meus versos caboclos
iluminados ao sabor dos frutos maduros
Sol que beija o verão na calorosa vida,
essência viva, solene à criação da natureza

Quero meus versos perdidos em tanto mar,
de tantas noites de luar
na plenitude de instantes felizes;

Alegria arara plena em voo seguro
na forma fauna palavra-plumagem
de rima simples.


Alex Contente

Queria ser artista...

Queria ser artista

para pintar um quadro

Queria ser artista

para colorir com as cores da vida

Queria ser artista

para deixá-lo à mostra

Queria ser artista

e espalharia cópias por toda parte

Queria ser artista

para viver pintando o sete...

Alex Contente

Quadro pintado à mão: Beatles Abbey Road...

Para minha vó (Dona Vera)

Vera, verinha, verá, verás.

Serás sempre minha vó.

Ouça o que eu digo:

sempre serás minha vó.

Sinto saudade da senhora;

eu ainda posso sonhar contigo.

Vó, feche seus olhos e procure

me encontrar; você não está

velha demais para sonhar.

Amo-te!!!!

Alex Contente

Dona Vera, de pernas cruzadas e bala no gatilho, a eterna milagrense...

À Laiane...

Laiane Coimbra, sem graça tal qual a modelo na passarela.

- Alô, quem está falando? Aqui é a Laiane Coimbra!! Sim, ela mesma. É porque nessa foto estou feia demais. Poxa, me perdoe querida, mas eu era na época muito feia, era parecida uma modelo magrela na passarela. Ah, tá, tá legal. Dou o recado sim, mas olha, não espalha pra ninguém que eu era uma menina muito feia, eu sei que eu podia até me passar pela Betty, a Feia... Mas eu acho que a Betty ainda era mais bonita... Tchau, não esquece a minha voz, tá bom??!! Olha, alô, tá ouvindo, é que hoje eu estou parecida com a Gata Borralheira produzida. Duvida? Então vem me ver aqui.  Olha só o antes e o depois. Viu só??? Tchau!!!!

Alex Contente

Olha o menino...

André Ponce de Leão nos palcos da vida...

Eu vi um menino franzino
encarnando um artista.
Estive em cada lugar naquele momento.
Fitei os olhos nesse menino,
vi que o palco é pequeno
mas o foco é grande;
por isso ele nunca está triste.

A noite é amiga do dia,
o dia é amigo da noite;
portanto, o show não pode parar.

Eu vi a luz clareando esse poeta
que nunca envelhece.
Ouvi suas músicas encobertas de versos.

Ele conhece seu público,
o público sabe que a vida dele é os pés, é as mãos,
e sua arte é no chão.

Eu vi a plateia aplaudindo
na frente do artista.
Ouvi os gritos -
o menino versus poesia
que o leva a cantar.
Por isso, essa voz tão grande...


Alex Contente
Para o amigo André Ponce

ENCONTRO POÉTICO

Alex Contente e o mestre Juraci Siqueira, o Boto-Poeta Declamador.

Alex Contente, lapidado por Leka Liares, e o poeta Carlos Correia Santos.

Poetas
no corpo
e na alma.
Com alma
de boto, e numa
só louvação,
os poetas lapidam
suas poesias
nos palcos provocadores
da vida...



(Alex Contente)