sábado, 28 de junho de 2014

SAUDADES DO MICHAEL JACKSON



O fato de eu ter sido influenciado na base de minha escolha musical - meu lado, meu gosto - deve-se livremente à liberdade da ação do movimento criado por Michael, do domínio do jogo de pernas, do sutil agachamento, proporcionando-me a imensa vontade de querer requebrar como só ele requebrara, e isso talvez tenha me levado ainda garoto a sonhar inconscientemente nas emoções físicas de suas criações divinais e mecânicas (todos aqueles aparatos comandos tele-acionáveis da capacidade de criar e agir dos seus passos). Meus sonhos sempre tiveram esse poder de ultrapassar os desejos contidos.
Me intensificava ver seu en(canto) e domínio da arte. Festejava comigo a aparição assombrosa na tevê desse esqueleto bailando sobre os sons. Uma obra artística composta de uma fusão de ritmos.
Ficava fascinado ao vê-lo, mais contente ainda ao saber que existia entre nós um astro pop (que era preto e depois ficou branco) mas ao mesmo tempo saudava tudo isso de forma tão transcendente.
Seu talento está compactado nas estrelas. Creio que Michael Jackson viveu até onde era pra ter vivido. Ele não pertencia mesmo a esse mundo. Veio somente para se destacar no meio da multidão. Espero que todo o planeta se apaixone totalmente pelo que ele representa para a humanidade...

(Alex Contente)

sexta-feira, 27 de junho de 2014

SOU PAR, SOU PARTE, SOU ARTE

eu sou corpo, sou mão, sou tua
sou boca, sou boa, sou louca
eu sou sã, sou santa, sou ana
eu sou banana, sou uva e ameixa
eu sou cria, sou crua, sou nua
sou polpa, sou carne, sou massa
sou cama, sou dama, sou ama
sou brava, sou valsa, sou salsa
sou trova, sou estrofe, sou outra
sou rima, sou verso, reverso
sou musa, poesia, me usa
eu sou tudo isso, sou arte.

(Alex Contente)

terça-feira, 24 de junho de 2014

A MORTE PEDE PASSAGEM

De Edgar Poe a Kafka,
De Hermeto Pascoal a Cartola
De Antônio Marcos a Renato Russo.
Vou pedir um poema
a Paulo Leminski.
Ou o Tempo Perdido
das Flores do Mal:
Uma recomendação
do outro lado
do Cosmos.
Gratidão deste poeta
(quase) morto... 

(Alex Contente)

domingo, 22 de junho de 2014

POR ONDE ANDARÁ JOSÉ MAURÍCIO???






Lembro muito do cantor de brega José Mauricio, com quem tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente, é um cara sensacional, ímpar, talentoso, poeta, que inclusive me presenteou com um disco seu autografado, que até hoje guardo com o maior zelo, e, que se diga de passagem, foi produzido na época pela dupla badalada pelos famosos cantores do eixo Rio-São Paulo, os produtores musicais Michael Sullivam e Paulo Massadas. Mas como o destino separou nossos caminhos, há cerca de mais de dez anos que não o vejo, fiquei sem saber seu paradeiro. Por um tempo fiquei sabendo que ele estava morando na Cidade Nova. Depois, soube que ele havia se mudado definitivamente para o Rio de Janeiro, onde residem suas filhas. Mas nada de concreto. De concreto mesmo só a certeza da falta de sua presença física. Gostaria imensamente de saber por onde anda essa criatura divina, esse grande cantor, ícone do brega. Quem souber de seu paradeiro que me conte ou me procure. Ou, então, que me conte outra história. Valeu!

(Alex Contente)

sexta-feira, 20 de junho de 2014

70 ANOS: CHICO PARATODOS



Atrás da Porta, o Pivete de Tanto Mar de Tanto Amar em plena Flor da Idade. Homenagem, Olê, Olá, ao Malandro Que Ri Melhor, Choro Bandido. Tatuagem corrosiva aos Olhos nos Olhos da Carolina, Bárbara, Lígia, Luíza, Joana, Rita, Iolanda e Beatriz, que cantam em coro Samba e Amor Sobre Todas as Coisas.
Sem Fantasia, A Banda Vai Passar com uma Valsinha. Deus Lhe Pague.
Apesar de Você, O Juiz Apitou Minha Canção: o Cio da Terra!
Com Açúcar e Com Afeto, Um Pedaço de Mim - Um Soneto, Uma Palavra, Todo Sentimento - Paratodos.


(Alex Contente)
Ilustração: Batistão

quarta-feira, 18 de junho de 2014

VAZIOS INTENSOS








De repente, os amigos vão ficando mais longe da gente, os parentes vão mudando de bairro, as coisas vão ficando de lado, sem muito valor, a nossa casa vai virando um lugar seguro e o bar mais próximo vira local de lazer. É a solidão que fere, que dói, que vai recolhendo o passado das nossas memórias que o tempo traz à tona. Cansado e recluso no meu lar, tenho me sentido como os velhinhos abandonados em asilos, que vivem os restos de seus dias de profunda solidão, de vazios intensos de horas intermináveis. Há outra maneira de ser feliz, também há outras opções que não são muito sonoras com a ideia de que vá resolver o ritmo de viver...





(Alex Contente)

sexta-feira, 13 de junho de 2014

RECEITA DE UM LIVRO PARA UM BOM PRATO

Acrescente em sua mente um livro (romance, aventura ou drama).
Uma xícara de aroma do ardente desejo adquirido.
Três colheres cheias da absorção por cada página lida.
Duas dúzias de sonhos da viagem ao mundo contagiante.
Leve ao forno da consciência por pelo menos até a próxima releitura.
Em seguida, despeje numa bandeja a ecstasiante fome do aprendizado.
Depois de uma breve reflexão, sirva-se à vontade para saborear as palavras temperadas impressas com
pitadas de emoções a gosto.
Bom apetite!

Feira da Palavra
Ver o peso
Ver o destino
Sentir no Livro o amor táctil.
Feira do Livro
Ver a infância despertar
O ato de coragem de não apenas sonhar.
Mas de viajar sem sair do lugar.

(Alex Contente)

sábado, 7 de junho de 2014

LEPO LEPO NA ROÇA

O mês junino me faz lembrar da infância, vestido de caipira, comemorando os santos festeiros à base das guloseimas típicas: mingau de milho, pé de moleque, canjica, bolo de macaxeira, aluá, etc. Naquela época era tudo diferente. A tradição dedicada ao sacrossanto perdeu a graça. Não há mais aquele charme da camisa xadrez, o famigerado chapéu de palha e o jeito habilidoso de se armar uma fogueira. As bandeirinhas de hoje servem para sinalizar arrastões. Também não existe mais a incorporação matriarcal dos terreiros.
O Boi-Bumbá, coitado, não muge com medo de morrer, mesmo com a promessa de ser ressuscitado por atos de penitências...
Quanto às quadrilhas - que antes ousavam nas coreografias da quadra junina - hoje é quase visto como sinônimo de formação armada. Até o matuto não é mais o mesmo. O casamento de mentira complica o casal de verdade. Os Pássaros Juninos se transformaram em Lendas Urbanas. As músicas atuais sepultaram os verdadeiros padrinhos. O coração caipira chora. De raiva. Sobrou até para a Miss Caipira, que agora virou Garota Safada.
O requebra requebra sem fim do Lepo Lepo é quem comanda a festa dedicada aos santos, detonando o descanso do padre. Como se pode ter casamento na roça sem a presença magistral do vigário?




(Alex Contente)

quinta-feira, 5 de junho de 2014

POETAMOS À EXCLUSÃO

Há algum tempo vinha sentindo falta de um amigo nas redes sociais. Desconfiado, fui verificar o que havia acontecido e, para minha surpresa, o amigo havia me excluído do seu naipe de amizades.
Sempre fui fã de suas poesias, que dignificam o estado mental do leitor com extremado zelo poético. Mas acho que o amigo esqueceu de que o meio virtual é o caminho das águas em meio às pedras.
Mas mesmo excluído, continuamos poeta e assim poetamos à vida, poetamos os sonhos, poetamos porque ensaiamos, poetamos porque dialogamos com a alma. A vida só tem luxúria quando poetamos no palco o espaço dedicado a todos.



(Alex Contente)

HAICAI DE ALMA...


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*19.09.1954      †31.08.2023 Ele não era um amigo. Era um irmão. Que a vida me deu. Daqueles preciosos. E que não passam de 5. Para sempre n...

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