quarta-feira, 30 de abril de 2014

À AMIGA NUA ESTRELA

Pintura feita pelas mãos destemidas de Nua
Há muito tempo que eu tenho uma imensa vontade de falar das pinturas dessa maravilhosa artista, que assina com mistério nome Nua Estrela. Nunca perguntei nada sobre isso a ela; mas via, meio tímido, em seus trabalhos o quão ela expressava a teoria do corpo, que, aos meus olhos, parecia o centro do universo, o centro de tudo. E é mesmo: o corpo despido, solitário, ali diante de mim representando a Terra e todas as outras partes como se a rodeassem. Uma espécie de nudez gravitacional sobre o corpo como identidade provisória, precedendo o naturalismo e a glorificação do nu, que caracteriza a sutileza entre artesã e obra, temáticas de desejos pela sensibilidade da necessidade da matéria na arte. Pode até ser loucura, mas dá prazer o modo como ela aborda suas pinturas em movimento: o prazer criativo em seu cotidiano, nem sempre programado com as práticas. A artista, mesmo vestida, se mostra sem pudor, interessada na arquitetura evolucionária do corpo. Percebe-se que sente a essência do corpo em sua característica natural - o desnudo - coisas de artífice. E ela tem razão. Pois a ideia sugerida em suas telas nos faz refletir, discutir, essa ''estranheza'' armazenada dentro da parte mais profunda de um ser - a alma. E disso ela entende muito bem: não à toa seu nome está escrito nas estrelas. Quem não a conhece, em algum momento, pode até reclamar com dor no âmago.
Mas depois reconhece que no cenário da onda de preconceito entre macacos e bananas - onde o slogan desnecessário de que ''somos todos macacos'' tornou-se alvo insignificante, o corpo nu se revela de forma magistral em detrimento ao debate como a violência e a vaidade.
Não há dúvida: os rituais corporais, graças à sensibilidade da criadora, tocam o céu de estrelas.
E mais: filha da mais alta ordem da constelação, Estrela é como índia, dessa que anda Nua. Daí talvez a origem do pseudônimo, por modéstia permanente, sob a bênção do Criador da Arte.
Com muitos seguidores fiéis (contra ou a favor), ela só dispõe dos seus pincéis como armas. Mas pinta o mundo aos seus pés.
Quem dera que todos pudessem entender esse louco atrevimento...

(Alex Contente)

quinta-feira, 24 de abril de 2014

UMA VELA ESTÁ QUEIMANDO PORQUE HOJE É O SEU ANIVERSÁRIO...

Fico feliz quando estamos juntos. Quero logo dançar...
Minha mãe se chama Maria Helena Contente Gomes (uma legítima paraense metida a besta), e hoje é seu aniversário. Sinto falta de sua presença constante ao meu lado. Mãe, você é a luz do dia, vida alegria, que me dá imenso prazer. Sou seu filho, claro, e amo-te por demais. A senhora sabe mais do que ninguém que mesmo na dança, na trança, na lança, a gente se completa... Viva seus 63 anos de existência terrena, minha heroína, cuida deste menino levado, teimoso, mas sem choro nem drama. Percebo que sou filho querido - porém, cansado - e reconheço que você nunca se cansa (nem reclama) de ser a responsável por minha vida...

...a valsa contigo, pois és todo bem que tenho na vida. Eternamente!
(Alex Contente)

HAICAI DE ALMA...


terça-feira, 22 de abril de 2014

SIM, SOU POETA


Sim, sou poeta
funk-se quem desdenhar
Sim, sou poeta
vestido de mal
Sim, sou poeta
maldito sem lei
Sim, sou poeta
na fome e na dor
Sim, sou poeta
no luxo e no lixo
Sim, sou poeta
perdido na ilusão
Sim, sou poeta
sem explicar razão
Sim, sou poeta
de leito sem mácula
Sim, sou poeta
revirando a vida
Sim, sou poeta
água e gás
Sim, sou poeta
bandido e herói
Sim, sou poeta
enfrentando a morte
Sim, sou poeta
observando o futuro
Sim, sou poeta
amante da lua
Sim, sou poeta
amarrado num nó
Sim, sou poeta
camuflando a verdade
Sim, sou poeta
com ódio aos que matam
Sim, sou poeta
vencendo o canhão
Sim, sou poeta
de eterna aflição
Sim, sou poeta
de ternura e perdão
Sim, sou poeta
do sim e do não
Sim, sou poeta
agonia da dor
Sim, sou poeta
do bem e do mal
Sim, sou poeta
de lamento real
Sim, sou poeta
agora e na hora
Sim, sou poeta
na vida e na morte
Sim, sou poeta
poemas a mentir
Sim, sou poeta
um pouco de mim...
(Alex Contente)

sábado, 19 de abril de 2014

FELIZ PÁSCOA!

Eu não dei ovo de chocolate pra ninguém. E nem vou dá. Quem foi que disse que ovo de coelhinho tem a haver com o real significado da Páscoa? Onde está essa passagem bíblica de Jesus dando ovo de chocolate e citando coelhinho? A única coisa que a gente vê no Antigo Testamento são as mulheres dando suas "espetadas". O Cristianismo adotou essa celebração (ovo/coelho) na representação da fertilidade mas cita Jesus como homem solteiro...
É comparar Jesus a um formato oval. Desse jeito, matam Jesus. Novamente. A propósito, sabe quem matou o Messias? Sobre a Ceia Pascal nem precisa falar muito: ninguém é obriga a comer ovos!
Este post não está à procura de degustadores. Essa guloseima é a síndrome do mundo moderno. A Páscoa é real, não é fantasia... se for assim, vou desfazer tudo o que aprendi com os meus pais. Não digo nem que seja alusão. É ilusão. Agora, para quem sofre de compulsão alimentar semelhante a um vício em drogas, qualquer ovo satisfaz. E nem precisa ser Páscoa.
Sim, podem me rotular como um pensador da Páscoa e digo mais: não tem nada lá dentro: Páscoa celebra a ressurreição de Cristo e não a proliferação de coelhos. Assim como a celebração do amor é com o par perfeito.

(Alex Contente)

quarta-feira, 16 de abril de 2014

CALEM-SE!

Os baluartes: Alex Contente, Leka Liares, Wanessa Solli (sentados);
André Ponce de Leão, Agnes Roberta e o mais tímido de todos, Davi Rayol.

 Em poucos minutos, os homens da lei cortaram o microfone daqueles que se encontravam em um clima poético - misto de Composição Arte e Bar -, ambiente dos acordes que transcendem as luzes dissonantes das nossas esperanças.
A tropa armada simplesmente botou os olhos grandes sobre os artistas no intuito de calar as vozes. Porém, os muros por onde se erguem nossos sonhos, que a intimidação nos traga a legitimidade de expressão popular, na mesma medida em que fechamos os olhos aos que fazem caras e poses (armados até o dente) no centro do palco. E que, às vezes, até nos rende uma boa crônica com registro...




Contemplando o meu timbre de ordem...

(Alex Contente)








Ideias lapidadas em meio a um papo descontraído... dá-lhe que dá!!!

segunda-feira, 14 de abril de 2014

A DITADURA ESTÁ DE VOLTA?


Neste sábado estive no Composição Arte & Bar com meus amigos. Curtíamos amigavelmente, civilizadamente uns aos outros, incluindo todos do ambiente e a música ao vivo, voz e violão, que nos soava bem aos ouvidos e bocas para bate papos nas mesas. O clima era fraterno. De repente surgiram vários carros da polícia, da guarda, muitas motos, até mesmo soldados encapuzados empunhando suas belas armas nas mãos, cercaram a todos nós, deixando-nos simplesmente acuados. A música foi calada, a bebida foi lacrada, as portas do aconchegante bar foram fechadas e o povo engasgado teve que ir pra casa. Bem que nossos heróis da cidade poderiam estar combatendo um crime realmente digno de seus equipamentos bélicos. Foi triste e revoltante tê-los tão perto.



(André Ponce de Leão)
Poeta e músico

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