domingo, 28 de setembro de 2014

O CANTO DA JANDAIA

Entre as pernas da índia de lábios de mel.
Nunca mais fui ao Ceará ver aquelas paisagens cristalinas. Estou com saudades das feiras do Mercado Central (não só como um lugar para as compras, mas, sobretudo, para celebrar a arte cearense) e dos intermináveis acontecimentos no Centro Cultural Dragão do Mar.
O Ceará tem algo de irrealidade, o sertão nordestino dos repentistas é ficção pura, santos vivem em cima de jumentos. É sempre bucólica e telúrica a relação dos nordestinos com a natureza, com a crença na terra e no respeito às águas diante da seca. Deitado em minha rede, deixo-me sentir pleno de saudade porque faz parte da fuga do momento em que vivemos.
Nas horas periféricas em que tudo tem sabor de despedida, volto para minha lembrança. Há anos não dava volta em torno do Ceará. Meu coração caiu do prédio mais alto ao lembrar do chão que pisei em terras alencarianas. Meu corpo que tanto bronzeei aos seios da menina Iracema. Suave brisa, alegria saudável, tristeza necessária, pensamento lúdico diante dos olhos. Há dias que sinto o cheiro cearense aqui no meu quarto, não um cheiro qualquer. Estou de olhos bem abertos ao Ceará e beijo meu passado neste presente que ainda construo dentro da memória que ainda me resta.
O Ceará é, sem dúvida, uma grande festa!





(Alex Contente)

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