quarta-feira, 10 de setembro de 2014

BIKE POÉTICA

Magro, cabeludo 
Barbado, desajeitado
Futricado, encurralado
Num sorriso empacotado
Pelas ruas de Belém.

Prejudicado, desgraçado
Enfeitiçado, sem jeito
Sem proveito, com defeito
Endividado até o talo
Fica com raiva com razão.

Sem dinheiro, lascado
Escondido, dividido
Sem ter feito, perfeito
Aproveita a perambulação
Dentro do conceito da entrega
O entregador pedala a ocasião.


Lá vai o poeta
Com sua bike poética
Lá vai o poeta
No suplício dos dias úteis.

Num olhar perdido
Pelas vias da ilusão
Tem jeito de louco
No defeito, incompreendido
Tem nos olhos a agonia
Dos carros e caminhões.

Sabe perfeitamente
Que no trabalho
Sobretudo carregado
Exaustivo, estressado
Não tem hora pra almoçar...


(Alex Contente)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

EM DESTAQUE

SUAVE VENENO

sempre na minha loucura mais bela quieto sereno  sabor de harmonia suave veneno tenho febre não posso parar quem dera sair de mim todos os s...

AS MAIS VISITADAS