quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

UM BOM FIM DE MUNDO

Caso o mundo venha abaixo de nossas cabeças, quero aproveitar e mandar daqui mesmo um beijo e um abraço a todos. Mas, e se o mundo não acabar? Se for uma pilhéria? Então, tá, mesmo assim ratifico os beijos e os abraços estendidos a todos, sem exceção. Só peço, encarecidamente, que todos levem alguma coisa escondida na cueca ou na calcinha ou dentro de algum lugar do corpo... enfim, para que possamos fazer da algazarra partida mundana uma tremenda alegria. Que tal, por exemplo, criarmos um concerto de almas penadas ou até mesmo uma festa rave com anjos decaídos tocando de tudo, do rock ao punk, do hardcore ao clássico, do brega ao funk? Provavelmente, já teremos estado mesmo funk-se e aproveitaremos para bolarmos receitas de drinques com sabores do fim do mundo, e ao invés de uma banda de limão cravada na taça, enfiamos o capeta para apimentar mais ainda o porre surubal. O azul do céu e o vermelho do fogo serão as cores temáticas de nossa festinha privê celestial. Ou infernal.
Amar é assim moçada. Não importa raça, cor, sexo, idade, forma, lugar. Quem ama se expressa, sem vergonha, sem medo de ser mal interpretado, sem medo de ser feliz. Se der tempo de vocês prestarem atenção ao início do fim do mundo (e pode começar pelo apito da chaleira no fogo, fumegando, chamando), verão todos correndo de um lado para outro lesadamente: papai, mamãe, titio, titia, madrinha, cachorro e galinha gritarão por seus pais, irmãos, filhos, noras, sogras, vizinhos, amantes, loucos, mendigos, amigos e até os inimigos para juntos chorarem de mãos dadas. Será um tremendo Deus nos acuda.
Sabe por quê? Porque isso tudo é amor, de amigo, de irmão em Cristo, uma honra que transcende o entendimento humano. Não tem nada de viadagem não, por favor, pelo contrário, será uma manifestação exacerbada de gratidão, de amizade, de amor verdadeiro, produto que anda muito escasso em nossos dias... Mas será que precisa realmente acabar o mundo para tomarmos essa atitude digna e simples de ser humano?
Às vezes, o próprio mundo nos prega uma peça para ver se a gente se toca, de verdade. E ainda assim não consegue. Coitado do mundo se resolver acabar mesmo; coitado porque ele terá muito trabalho até mesmo pra acabar, e depois ainda terá de varrer metros de metros quadrados de doentes da cabeça. E da alma, as quais me incluo. É muito peso. Acho até melhor ele desistir da ideia e fazer um acordo com Deus para evitar tropeços e aperreios de alguns tipos de tributos pessoais.
Mas, se o mundo não acabar? Hum, bem que a gente - de propósito, só para se vingar - poderia demitir Deus por justa causa. O único problema disso é que ficaremos separados d'Ele hoje, amanhã e, quiçá, para sempre, né não?! Não, peraí, deixa eu rever meus combalidos conceitos... acho que não seria uma boa ideia.
Mas caso isso venha acontecer, do mundo acabar definitivamente, só espero poder ao menos escovar os dentes antes de partir, porque partir de mau hálito ninguém merece... Ah, juro também que pedirei mil perdões por ter mandado o cantor Roberto Carlos pro inferno várias vezes.
Tenho um restinho da tarde e a noite inteira só para mim, vou beber umas cervejas no bar do Zé e cuidar das minhas coisinhas. No mais, e sem mais, até lá pessoal. Take Off!!


(Alex Contente)

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