quinta-feira, 30 de outubro de 2014

FINAL (IN)FELIZ EM VERSOS

A melhor parte no Depósito foi viver / buscando os sentidos / à altura do desejo / onde me senti puxado pela experiência de morar em área nobre / vindo do subúrbio / momentos tão rápidos / até parece que só eu senti. / Aqui neste lugar / fui tão amargurado pelas horas do silêncio. / Hoje há um rio entre lágrimas atraídas pelos mistérios que envolvem a energia em noite de tristeza / a que me agarro para suportar à dor. Como esconder todas essas coisas / impressas em minhas inquietações? / Como esquecer o cacarejo do galo e o cantar dos passarinhos? O mundo talvez quisesse assim. / Por muitas noites / em uma garrafa cheia de solidão / deslizei nas águas da embriaguez / por onde andei / bêbado desconcertante / esculhambado em meu peito / a desordem do coração: lampejos da solidão / prazeres e temores. / E hoje sinto-me mais velho / contemplativo / cheio de reminiscências. / A saudade presente / nostálgica dos dias distantes / até o encontro do ontem com o tempo de hoje / enterrando o fim / em versos... (Alex Contente)




POESIA ( O AMOR NO COMANDO )


terça-feira, 28 de outubro de 2014

CLOWNS DE MIM...


Produção e Fotografia: Leka Liares

O AMOR SEGUNDO A LEI DOS ANIMAIS

A mãe leoa cria
A preguiça desmotiva
O macaco avacalha
O leão atrapalha
A coruja enfeitiça
O veado encoraja
O camaleão amendronta
A formiga incentiva
O coelho minimiza
O gato ensina
A girafa favorece
A arara repudia
O elefante massacra
O cavalo faz chorar
O animal homem
Que perdoe o meu coração...

(Alex Contente)

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

O BRASIL DA MARIA VAI COM AS OUTRAS

Medo do meu país? Claro que não! Já que para o filósofo Platão ninguém é de ninguém, dá para perceber claramente o quanto à originalidade também não é de ninguém e que a nossa história está entupida de castas políticas (e isso no Brasil acontece desde os tempos do descobrimento), mas é tão bem dissimulado pelo riso que quase ninguém percebe e se alguém percebe prefere seguir Popozuda no twitter do que a certeza das ações desastrosas de políticos eleitos quase sempre pelo símbolo da irresponsabilidade dos seus eleitores...



(Alex Contente)

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

HOJE A NOITE NÃO TEM LUAR

Há 18 anos o rock brasileiro perdia o seu mais autêntico porta-voz do Aborto Elétrico. E neste momento surge uma revolta: Quem o abortou?
Não importa, a Tempestade musical se foi mas continua sendo referência para as Quatro Estações.
Como seria bom se surgissem outros descobridores de solos, que fazem arte em forma de música, mas infelizmente sabemos que o pra sempre, sempre acaba...

LEGIONE-SE!

Deixei de gostar da Geração Coca-Cola
Optei pelo Que País É Este?
Deixei de ouvir Faroeste Caboclo
Resolvi me aprofundar em Sereníssima
Deixei meu Equilíbrio Distante
Para me aventurar Quase Sem Querer
Na Perfeição do Tempo Perdido
Por que Ainda É Cedo...

(Alex Contente)

sábado, 11 de outubro de 2014

MINHA POESIA VEM DE POESIA


Como mel da cana, a minha poesia é pouca (quase um contratempo psicossocial mas juro que vou lutar), assim mesmo perambulo ao vento de uma ansiedade: dar pipocas aos macacos, folhear os jornais matutinos de cunho político, ir à missa (se confessar e não sofrer tanto) são mesmo um saco. Tudo isso ocasiona uma falta de respiração. Estamos em um belo quadro no divã da ilusão. Perceber é um ato heroico no coração.
Portanto, barrigudos, bêbados, loucos, pivetes, a poesia é de todos, não precisa de catedráticos para mediar, a poesia consiste na vida da gente...





(Alex Contente)

AVE MARIA DAS RUAS

Feliz Círio! Com a permissão do amigo fotógrafo Cezar Magalhães.
Quando as manhãs de outubro vêm se aproximando, a cidade se enche da magia que envolve as pessoas num esperado acontecimento: o Círio! As casas se enfeitam para receber a imagem de Nossa Senhora de Nazaré em um enlace de cantoria o mês inteiro. E antes que o Sol dê bom dia, romeiros se acotovelam na procissão à pequena santa, que arrasta milhões de fiéis apenas com a inabalável fé. Promessas que deixam pele em sangue espalhado pelos caminhos percorridos e lágrimas que caem de todos os olhos para onde se possa ver renovação do espírito.
Neste dia especial dedicado ao Círio tem o dedinho do alto apontado para Belém...



(Alex Contente)

terça-feira, 7 de outubro de 2014

VELHA INFÂNCIA

Dona Vera, com todo sufoco, ainda criou um filho adotivo, Isaías (na foto)
Hoje faz 2 meses que minha vó nos deixou. Partiu aos 87 anos. Viveu muito e talvez tenha sido feliz em sua vida cheia de lembranças por que lembro bem quando ela rememorava seu passado, era algo não muito prazeroso. Presenciei minha vó já bastante envelhecida e sem forças para caminhar (parecia ser levada por anjos invisíveis segurando em suas mãos), assim também como vi minha vó sofrer as limitações devido a idade.
Mas aprendi com ela a beleza de não pular do barco quando ele começar afundar, aprendi com minha vó que a solidariedade existe. Ela me ensinou ser solidário, estender a mão sem nunca esperar nada em troca. Se precisar passar fome, mas nunca deixar de ajudar alguém que possar ter em si a dor da fome. Vi muitas vezes ela ajudando pessoas, algumas vezes também sendo ridicularizada por essas mesmas pessoas que estendia a mão, mas nunca guardou mágoas. Éramos pobres, nossa casa sempre esteve de portas abertas para muita gente, mas ela tirava o pouco que tínhamos e dividia com quem precisasse.
Depois de sofrer uma queda no banheiro, minha vó foi levada ao hospital onde ficou internada até morrer. Apesar de tanta dor e uma vida cheia de altos e baixos, morreu como viveu: uma infância sem infância, uma juventude sem juventude, uma velhice sem velhice. Calou-se e se foi. Para nunca mais voltar...



(Alex Contente)

domingo, 5 de outubro de 2014

JUSTIFICANDO A INSUFICIÊNCIA ERETA

Eu não voto. Vomito. E além do mais, não sustento parasitas. Já disse que broxo na hora. E como se sabe, sem tesão não há como obter um compromisso funcional satisfatório. Quando decidi largar certas coisas, sabendo que não fariam mais diferenças em minha vida, foi por escolha própria, uma vez que ninguém me obriga a seguir a lei do voto. Se levo a vida dessa maneira é porque vivo bem assim e não adianta colocar ‘voto obrigatório’, uma vez que isso é puro placebo, caso não haja consciência e vontade próprias.
E se da próxima vez alguém me perguntar por que não voto, direi: você considerou a possibilidade de que estou feliz assim?



(Alex Contente)

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

DESTINO NA NEBLINA DENSA

Passarinhos fazem festas em seus ninhos, enquanto olho pro céu. E nas ruas já não quero mais andar. Os absurdos são reais na vida. Assim como os medos também. As coisas parecem se transformar dentro de mim. Tudo para. Pouco a pouco. Já não me importo com as roupas espalhadas pelo chão. Todo mundo se cala enquanto choro. Não é ''frescura'' o que o destino escreveu: é só interpretar o que sonhei...


(Alex Contente)



EM DESTAQUE

CINQUENTA ANOS

(Com cinquenta anos aprendi que ainda tenho que aprender muito. Mais. Muito mais. ) Fazer cinquenta anos é entender que os desenganos também...

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