sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

QUERO VER CAETANO

Caetano Veloso vem à cidade de Belém dá seu abraçaço somente para os afortunados. É proibido proibir a voz do morto que diz: eu sou o samba! Mas caminhando sem lenço e sem documento fica difícil prestigiar o Leãozinho, que deixa o meu coração tão só. Porque o trem das cores que me levaria ao Grêmio Literário tá pra lá de Marrakesh. Enquanto o seu lobo não vem, alguma coisa acontece quando cruza a José Bonifácio com a Bernardo Sayão. Mas todo dia, toda hora, a vida é tão sacana, que o meu jeito de corpo é ficar sozinho no silêncio da noite, sabendo que alguém cantará Odara ao longe daqui, alguém cantando o que é bom de se ouvir. Mamãe, coragem, para o menino do rio, que nem sente, a dor e a delícia de ser o que é: meia-lua inteira. Eta, eta, eta, "vamo" comer poesia, se tiver, se não tiver então, vamos seguir o mendigo Joaosinho beija-flor, e um índio que descerá de uma estrela colorida e brilhante, parecendo-lhe uma boca banguela. Como eu não tenho nada, araçá azul, com fé em Deus eu não vou morrer tão cedo, quero ver Irene dar sua risada. Em relação ao preço do ingresso, Lobão tem razão...
Vaca profana, não quero sugar todo seu leite, nem quero você enfeite do meu ser, apenas te peço: põe teus cornos pra fora e acima da manada. Que pena, que pena ah!, o mano Caetano já não faz milagres de um povo...
Como eu não tenho dinheiro para ir vê-lo, então terei que ser leal comigo em me contentar de apenas ouvi-lo, uma vez que you don't know me, bet you'll never get to know me...
Abraçaço Caê!

(Alex Contente)

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