segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

ENTENDERAM ALGUMA COISA?

Essa chuva meteórica tem o poder de trazer até quem a gente não quer encontrar, porque emergem dos bueiros cobras, ratos, urubus e faz regurgitar toda merda acumulada de cagões afoitos e apertados de prisão de ventre há meses acumulada, desprendendo cheiro desagradável de gases livres, provocando temerosa erosão, que na certa domina a cidade... e fede que não presta, empestando as mangueiras e abicorando os passos dos soltadores ambulantes de neogases pestilentos, infestando nossas casas de peste pestífero...
Chuva pra não só lavar a alma como também para lavar tudo o que não presta... Haja urubu, sem gente, rabo, decoração, guarda-chuva, bueiros acumulados, até sem não fazer toda merda - cagação, cagão, cagado, cagativo calculável acumulado.
Etâ chuvarada atazanar até atear ateatrado o bem-quer bem-querei bem-quereis calcular calculismo calculoso para calcutar calda caldar a chutar chuto a chuva chuvada chuveiro chuvinha chuvinhar chuviscar e também tem gente que não gosta muito, é verdade, e pode até causar ababadar ababaia ababelado tem até quando só não porque grande dito mensagem de poder mostrar manda quem obedece.
Como vocês estão vendo nos avisos acima têm coisas bem mais tensas, mas eu não. Agora eu sabia o que tinha que fazer para finalmente conseguir a minha.
Contudo, porém, com toda aquela coisa da visão tinha até esquecido da história que tanto preparei pra contar, mas deixa pra lá... quem sabe na próxima chuva eu conto!

(Alex Contente)

sábado, 29 de dezembro de 2012

EU REINO ANIMAL

Buscando um meio termo como apelo ao bom senso, posso me considerar a junção da totalidade dos bichos que se conjugam de forma a produzir a pessoa tal como é. E partindo desse raciocínio, do reino animal eu acabei adquirindo essas qualidades não tão acentuadas. Ei-las.

Minha teimosia vem da mula
do leão, ganhei a coragem
o medo, compactuei da ave avestruz
do ratinho hamster, tenho a fragilidade
a esperteza, adquiri do enigmático gato
a força, do pesado rinoceronte
do coelho, restou-me a sensibilidade
meu sex appeal vem do exótico pavão
das perigosas hienas, o bom humor
da correria do dia a dia, trouxe do veloz guepardo
da sinistra coruja, incorporei os mistérios
a habilidade, emprestei do cavalo upa upa
da astuta águia, respiro a solidão
do Peixuxa - o amiguinho dos peixes - prezo pela amizade
e o meu lado estranho, herdei do bicho-pai...

(Alex Contente)

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

ERA APENAS UM GAROTO

Analisando minha vida, vejo que não sou mais aquele tímido esboço que olhava atônito sem compreender a dimensão e o significado das coisas que transcendiam.
Sou de uma geração que já não tinha à disposição as utopias que embalaram os sonhos. Nem Woodstock nem a infantilidade punk e yuppie. Talvez por isso minha geração ainda não conseguiu engolir o sapo do misticismo barato das psicoterapias. Minhas inquietações já se refletiam em minha vida desde pequeno.
Quando menino sempre via - e continuo vendo até hoje - um mundo imenso com algo sempre novo, exuberantemente belo mas também infinitamente misterioso...


(Alex Contente)

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

UM BOM FIM DE MUNDO

Caso o mundo venha abaixo de nossas cabeças, quero aproveitar e mandar daqui mesmo um beijo e um abraço a todos. Mas, e se o mundo não acabar? Se for uma pilhéria? Então, tá, mesmo assim ratifico os beijos e os abraços estendidos a todos, sem exceção. Só peço, encarecidamente, que todos levem alguma coisa escondida na cueca ou na calcinha ou dentro de algum lugar do corpo... enfim, para que possamos fazer da algazarra partida mundana uma tremenda alegria. Que tal, por exemplo, criarmos um concerto de almas penadas ou até mesmo uma festa rave com anjos decaídos tocando de tudo, do rock ao punk, do hardcore ao clássico, do brega ao funk? Provavelmente, já teremos estado mesmo funk-se e aproveitaremos para bolarmos receitas de drinques com sabores do fim do mundo, e ao invés de uma banda de limão cravada na taça, enfiamos o capeta para apimentar mais ainda o porre surubal. O azul do céu e o vermelho do fogo serão as cores temáticas de nossa festinha privê celestial. Ou infernal.
Amar é assim moçada. Não importa raça, cor, sexo, idade, forma, lugar. Quem ama se expressa, sem vergonha, sem medo de ser mal interpretado, sem medo de ser feliz. Se der tempo de vocês prestarem atenção ao início do fim do mundo (e pode começar pelo apito da chaleira no fogo, fumegando, chamando), verão todos correndo de um lado para outro lesadamente: papai, mamãe, titio, titia, madrinha, cachorro e galinha gritarão por seus pais, irmãos, filhos, noras, sogras, vizinhos, amantes, loucos, mendigos, amigos e até os inimigos para juntos chorarem de mãos dadas. Será um tremendo Deus nos acuda.
Sabe por quê? Porque isso tudo é amor, de amigo, de irmão em Cristo, uma honra que transcende o entendimento humano. Não tem nada de viadagem não, por favor, pelo contrário, será uma manifestação exacerbada de gratidão, de amizade, de amor verdadeiro, produto que anda muito escasso em nossos dias... Mas será que precisa realmente acabar o mundo para tomarmos essa atitude digna e simples de ser humano?
Às vezes, o próprio mundo nos prega uma peça para ver se a gente se toca, de verdade. E ainda assim não consegue. Coitado do mundo se resolver acabar mesmo; coitado porque ele terá muito trabalho até mesmo pra acabar, e depois ainda terá de varrer metros de metros quadrados de doentes da cabeça. E da alma, as quais me incluo. É muito peso. Acho até melhor ele desistir da ideia e fazer um acordo com Deus para evitar tropeços e aperreios de alguns tipos de tributos pessoais.
Mas, se o mundo não acabar? Hum, bem que a gente - de propósito, só para se vingar - poderia demitir Deus por justa causa. O único problema disso é que ficaremos separados d'Ele hoje, amanhã e, quiçá, para sempre, né não?! Não, peraí, deixa eu rever meus combalidos conceitos... acho que não seria uma boa ideia.
Mas caso isso venha acontecer, do mundo acabar definitivamente, só espero poder ao menos escovar os dentes antes de partir, porque partir de mau hálito ninguém merece... Ah, juro também que pedirei mil perdões por ter mandado o cantor Roberto Carlos pro inferno várias vezes.
Tenho um restinho da tarde e a noite inteira só para mim, vou beber umas cervejas no bar do Zé e cuidar das minhas coisinhas. No mais, e sem mais, até lá pessoal. Take Off!!


(Alex Contente)

domingo, 16 de dezembro de 2012

TÁ NA HORA

Eu corro, eu cuspo
Eu pulo, eu brinco
Eu amo, eu sinto
Eu necessito
Tá na hora de comer
Tá na hora de correr
Tá na hora de atazanar
Tá na hora de lutar
(Eu quero viver de amor
quero parar de sofrer)
Tá na hora de gozar
Tá na hora de sonhar
Tá na hora de viver
Tá na hora de acordar
Tá na hora de engordar
Tá na hora de querer
(Eu quero viver pra amar, amar pra valer;
eu quero gritar, gritar pra soltar -
ser livre pra amar!)

(Alex Contente)

sábado, 15 de dezembro de 2012

SAUDADES DA GAROTINHA

Ela ainda era uma garotinha, sozinha, quando saía à noite à procura da divergência ao rock brasileiro com seu estilo despojado e cheio de Malandragem, percorrendo a Cadência do Samba com todas as bênçãos da MPB, sem o descanso e adormecer do rock'n'roll. Para sempre, Cássia! (Alex Contente)




sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

CARNE DA PALAVRA

Sempre gostei de abordar relevantes assuntos sobre o que vejo, pressinto. Permito-me navegar nas frações dos encantos e desencantos, onde o foco ganha uma reação específica da minha parte. Aos olhos de algumas pessoas, o ponto de vista acerca dos fatos pode até não significar nada frente aquilo que acabei de descobrir, mas é uma forma de expressão comigo mesmo e que não há mal nisso. Necessito transcorrer sobre as palavras numa ideia que por ora me orienta desenvolver a atenção de maneira natural. Não tenho a obrigação de concordar com certos absurdos nem de concordar com certas verdades...

(Alex Contente)

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

DEUS É AMOR

Dia desses estava em um ponto de ônibus quando de repente uma senhora se aproximou e me ofereceu um panfleto, onde pude ler o título - ‘Deus é amor’. Deus é o meu encontro com tudo que há na natureza.
Agradeci o panfleto, a mulher muito simpática sorriu e o meu coração disparou de alegria por causa da sua sutileza. Naquele momento Deus usava saias, era doce como uma criança não corrompida. Viver tão-somente em si e para suas dúvidas não é nada fácil. Deus é amor, então também sou amor, mas não aquele amor egoísta que só pensa em si próprio ou o amor hipócrita celebrado no altar da conveniência...


(Alex Contente)

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

PARA TU, LHEEEEEEEEEENDA!!

Linda é par
Linda é ímpar
Linda é mulher
charmosa, formosa, 'gotosa'
mulher de várias fases
tela, canal, onda
Linda é filha de Iansã
sua mente sã
Linda é Maria Fumaça
Para, Lheeeeeeeeenda
Lheeeeeeeeenda, para
Linda também é pecado
pura emoção, arroz e feijão
Linda é poesia, poesia Linda
do chão que pisa a cada
manhã que acorda
Linda é Madonna, sua própria dona
onde canta e seus males espanta
Linda é completamente rede
pra lá, pra cá, teia cabal
Ela é modal
Meu coração galinha
ainda há de encontrá-la por aí
para selar a amizade
entrelaçada pelo único nó
Linda, como no sopro divino
se fez Ribeiro, segura de si
solta ao vento:
Linda de bonita de se ver
Seu nome?
Linda Ribeiro. Muito prazer.
Obrigada!
Um beijo pra tu menina.

(Alex Contente)

UM JEITO TECLADO DE SER

Me chamo TECLADO. Tenho um jeito PAGE DOWN de ser. Sempre que posso dou PAUSE no BREAK, pois gosto de me sentir CAPS LOCK. Caminho de um TAB para outro à procura da companhia BACKSPACE, atentamente com o CTRL C e CTRL V, deixando-me completamente todo PAGE UP. Me ALTintulo um sujeito INSensível, SCROLL LOCK com os irmãos F1, F2, F3 e bem SHIFT com o F4, F5, F6, os outros irmãos F7, F8 e F9 são bem DELETE comigo, ESCetuando os demais F10, F11 e F12 ALT GR da peste. Não sou + ou -, prefiro ser um sujeito INSERT.
Minha HOME está ENTER. Anote o  NUM LOCK e não fique END por aí...


(Alex Contente)

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

POETA GUAMAENSE


DE PAPO PRO AR

Eu brinco de ter todas as idades que me permito tê-las, labuto em cima da ideia de que tenho 15, 18, 20, 40, 50, 12, 8, vivo numa eterna cronologia de mudanças numerais e astrológicas. Gosto demais da brincadeira do tempo com o tempo, o mesmo que é implacável e destemido.
Sem medo de sonhar, vislumbro, durmo, acordo, o sonho é meu, com as idades, todas livres proporções frenéticas, mergulhadas nas relações positivas e negativas no processo da criatura (ainda que de forma frágil e giratória), cuja aparência não precisa esboçar crachá porque já sou um maluco escrachado na mera sintonia de querer olhar na cara...


(Alex Contente)

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

POESIA AVATAR

No break é meu nome
sobrenome, estabilizador
o corpo, sistema operacional
perfil, homepage
meu coração, software
pentium é meu cabelo,
olhos de gigabytes
nos meus ouvidos, áudio
minha mente, hd
minha memória, ram
o cérebro, tecnológico
mãos de mouse
pernas de webcam
cara de monitor
meu instinto, acelerador
do pensamento, velox
minha imaginação, conexão
meu desempenho, processador
a alma, multimídia
o intelecto, Intel
meu objetivo, conectividade
meu sangue é o link
minha ideia, o e-mail
meu medo, o vírus
meu deleite, delete
minhas confissões, arquivos
meu raciocínio, bug
minha vida, liga e desliga.

(Alex Contente)

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

CARAS & BOCAS POÉTICAS

FILOSOFAL DESCOBERTA

Há pessoas que se punem diariamente na busca por uma resposta para o sentido da vida. Eu não sei dizer uma resposta clara e objetiva para o real significado. Mas se porventura alguma alma prática souber que divida, sem egoísmo, a tal descoberta filosofal, salvando-nos dos debates cansativos do bisonho Faustão.
No meu caso sempre procuro algo para dar sentido à vida, escrever no Blog, por exemplo, é uma boa ação para não me entregar ao isolamento das coisas.
Segundo Confúcio, ‘é melhor acender uma vela que amaldiçoar a escuridão’, e cá entre nós: sem abrir mão de uma taça de vinho tinto e um disco do Chico...


(Alex Contente)

EM DESTAQUE

CINQUENTA ANOS

(Com cinquenta anos aprendi que ainda tenho que aprender muito. Mais. Muito mais. ) Fazer cinquenta anos é entender que os desenganos também...

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