sábado, 24 de novembro de 2012

A OSGA E O NADA

Deitado em minha rede observo a osga branca que se esconde atrás da estante da sala e que de onde só sai para comer os insetos. No silêncio da noite ela chega lenta para se alimentar, passeia de um lado para outro à procura de algo que lhe mate a fome. Depois de vasculhar a parede úmida, ela corre intrépida para o quarto na esperança de capturar um pernilongo que acabou de passar por lá. A vida da osga branca atrás da estante, na parede úmida, cujo móvel não faz sentido de estar ali, mas que não tenho vontade de mudá-lo de lugar. Um dia vou ter que tirar a amiga osga branca de algum lugar da casa e abandoná-la no seu verdadeiro canto, que é o seu nada...

(Alex Contente)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

EM DESTAQUE

SUAVE VENENO

sempre na minha loucura mais bela quieto sereno  sabor de harmonia suave veneno tenho febre não posso parar quem dera sair de mim todos os s...

AS MAIS VISITADAS