domingo, 24 de novembro de 2019

CENA INUSITADA

Agora há pouco, a polícia militar para em frente de casa, fortemente armada, para fazer uma abordagem de três elementos suspeitos dentro de um carro. A rua para, a vizinhança para, meu cachorro também para, e até a mulher na cozinha para tudo, correndo para ver o que estava acontecendo lá fora; enquanto eu deitado na rede paro também por alguns segundos para depois sair correndo feito um típico cearense fofoqueiro para assistir à tal perseguição, que fez todo mundo parar. E não mais que de repente, na força e direção, já estou lá eu no portão de casa só de cueca, observando toda a cena frenética diante dos olhos dos policiais, de onde um deles (encabulado com minha presença, digamos, de forma inusitada), e com um fuzil de mais de um metro em mãos, me olha com um olhar perdigueiro de quem diz: vai vestir uma bermuda, rapá, senão te levo como desrespeito à autoridade, o que percebo sem muito esforço de clarividência, obedecendo de prontidão -, correndo disparado feito Usain Bolt e fraco como o Corcunda de Notre Dame, pra se espichar de volta à velha rede de punho frágil, de onde eu não deveria jamais ter me separado...
Égua... Tedoidé!!!

by poeta Alex Contente

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