sexta-feira, 27 de junho de 2025

A-DEUS, NAVEGADOR

Ele se foi, esbanjando no rosto um expresso alívio. Sem pesar a dor de quilo daquilo do que já lhe era rotina dia a dia. Mas acabou. Pulou fora daqui. Foi pro céu.


Como comandante como sempre foi, enfrentou o barco, o frio, o fio, o rio, e a bola de fogo vista emergindo da água.


Competiu o bom combate mesmo com o silêncio do tédio dos remédios, o mesmo silêncio somado, irado, detonado, raivoso, teimoso, tenebroso da luta diária do viver.


O que dele foi, a saudade vai explicar, às vezes vai inventar, e às vezes também vai descomplicar - o vento na vista, um buraco na lembrança, uma chuva fina de cada sonho de recordação.


O corpo fraco, inerte, descansou na tristeza de deixar mulher, filhas, netos e bisnetos, ao abandono daquele barco que zarpou e nunca mais vai voltar pro lar. Mudou-se de vez pro outro lado de lá.


Foi embora.


poeta Alex Contente

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