(Com cinquenta anos aprendi que ainda tenho que aprender muito. Mais. Muito mais.)
Fazer cinquenta anos é entender que os desenganos também fazem parte da vida mirabolante. E no final tudo vão dar no mesmo lugar, isto é, aqui e agora.
Fazer cinquenta anos é cair de cabeça na infância: bebendo água da chuva e se encharcando de teimosia.
Fazer cinquenta anos é esquecer a ganância; é ir atrás de encontrar um amigo na longa distância.
Fazer cinquenta anos é lembrar o quão estamos cada vez mais longe mesmo estando perto de tudo e de todos.
Fazer cinquenta anos é entender que a juventude é ignorante. E que a virtude pode ser ao mesmo tempo gentil ou rude.
Fazer cinquenta anos é entender que o auge do gozo vem a galope na maturidade.
Fazer cinquenta anos é perceber que os pais quase sempre têm razão: amor e verdade ao velho conselho.
Fazer cinquenta anos é compreender que tudo foi vivido de maneira dividido com muita vontade.
Fazer cinquenta anos é insistir na bondade: fazer o bem vence o mal de alguém.
Fazer cinquenta anos é perceber que o tempo anima e absorve. E que o ritmo do compasso diminui o passo.
Fazer cinquenta anos é saber que quanto mais vai se ganhando, vai se perdendo, sobrando em experiência.
Fazer cinquenta anos é seguir contente. Acertar em cheio. Correr firme. Bem distante da tolice humana.
Fazer cinquenta anos é absorver uma oração, uma razão, uma fé. Deitado ou em pé.
Fazer cinquenta anos é ter a certeza de que tudo isso tem uma explicação: a vida se faz presente!
poeta Alex Contente