O Ceará não é só aquela explosão de forró que representa, é muito mais coisa do que ele é. É aquela madrugada que, de repente, papoca do céu lágrimas dos anjos, sangrando açudes e enchendo rios.
Também é sinônimo de uma infinidade de coisas: de cenas, lugares, costumes, iguarias gastronômicas, rostos sofridos, e linguajar cearês... enfim, um povo poderoso que desconhece seu poder.
Sabemos que o Ceará é a Terra da Luz, que canta e encanta. Carrega sozinho no sertão muita coisa linda e muita coisa triste. Com olhar desconfiado e caído, a mãe da Terra sempre sofre com o filho que escolhe viver em outro lugar.
O Ceará tem na bandeira uma enorme árvore de luta histórica. Se traduz num eterno mandacaru de uma alvorada batalha que ninguém sabe o tamanho do guerreiro que se tem.
Vou-me embora daqui levando muita saudade na bagagem. Por aqui deixarei muitas histórias. Boas e ruins. E como o canto de um passarinho - tal qual eu vou, também deixarei muita saudade.
poeta Alex Contente