Na poesia colocamos em prática aquilo que a alma extravasa no corpo, aquilo que já não suporta mais. Seja em prazer. Seja em dor. Uns, com o poder mais refinado; outros, com poderes mais brutos; uns, mais mares; outros, menos rios; uns, mais líquidos; outros, mais sólidos; e há outros mais gasosos; assim como há também outros mais fumaça do que fogo. Há àqueles que morrem sem poesia, assim como os que morrem por ela.
O poeta é mesmo um fingidor - declarava o poeta português Fernando Pessoa - e assim como muitos já tiveram contato com outras poesias, o próprio também já tivera um dia contato com obras de outros poetas inspiradores. A poesia existe na alma justamente para aliviar, presta por ser imprestável, seduz na arte. O poeta precisa às vezes fingir a alma de prazer para que a essência que se preze tenha o rabo copiado. Quiçá adorado.
(Alex Contente)
quarta-feira, 7 de novembro de 2018
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