sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Belém, humilhada

Foto: Carlos Nascimento

Adoro a minha terra, mas fico muito triste (dá vontade de engolir o cordão umbilical marajoara goela abaixo) de governantes competentes de porra nenhuma, sem nenhuma condição de exercê-la, sendo amamentados por uma Belém sedenta de sonhos. Estão acabando com Belém, assim como querem destruir com as tribos indígenas que habitam a ilha de Marajó. Sinto pena da Belém, que muitas vezes nada parece ser o que é: onde o liberal é mais conservador que um monge medieval.

Belém, cada vez mais sugada por uma elite sanguessuga que vem de fora tirar proveito da cultura ímpar e singular e depois a devolve (sem sentimento ou qualquer emoção) num bisonho carnaval escroto. Belém, cujos políticos da própria terra se glorificam em honras de níveis comportamentais, mas usam o chicote da maldade para convencer o quanto é farsa a falsa da esperança realizada. Belém de cores alegremente tristes, na qual a sensação de felicidade é bem mais que a própria. Belém, onde a merda do sobrenome vale muito mais que o talento - e quem se atrever a ver diferente é brutalmente punido - sem dó nem piedade - com a rejeição, o abandono e a indiferença.

Eu amo a minha Belém, também amo o meu sotaque, mas vejo que as coisas não estão muito bem... Triste, muito triste.


(Alex Contente)

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(Com cinquenta anos aprendi que ainda tenho que aprender muito. Mais. Muito mais. ) Fazer cinquenta anos é entender que os desenganos também...

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