sábado, 26 de dezembro de 2015

O VERDE QUE DANÇAVA

Hoje, logo cedo, pulei da cama e corri pra rua pra ver as árvores que praticavam exercícios ao som dos ventos, enquanto os passarinhos recitavam os passos. Era tanta beleza em movimento que fui pra um cantinho observar a nobreza do tempo, que anunciava chuva de poesias...

por Alex Contente

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

ENTÃO É NATAL

As árvores de Natal são tão grandes.
Mas o amor é tão pequeno.
Os presentes são tão especiais.
Mas a gratidão, desprestigiada.
O concerto natalino é bem aplaudido.
Mas os momentos, despercebidos.
A Ceia do Senhor sempre bem farta.
Mas a fartura, desperdiçada.
O bom velhinho bastante paparicado.
Mas a partilha, abandonada.
Nos céus, o brilho das estrelas.
Mas o cavalo de pau nas ruas.
Os presépios tão iluminados.
Mas as verdades, apagadas.
As famílias todas bem reunidas.
Mas as orações geralmente perdidas.
Todo mundo sem maldade.
Generosidade, arroz com passas.
Confraternizações quão festejadas.
Mas o aniversariante, desprezado.
Se todo dia fosse Natal...
Os nós seriam fatais pra Jesus!

por Alex Contente

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

ESCOLHAS MEDÍOCRES

Como é que se pode estar feliz, transbordando de alegria, num país onde uma funkeira muita das escrotas é escolhida como a Melhor Cantora do Ano; e onde uma música - de uma outra funkeira mais escrota ainda - é escolhida como a Música do Ano?
É claro que ninguém se toca com a minha aflição, já dizia Chico...

sábado, 12 de dezembro de 2015

LAPIDA(DOR)


Meu amigo André Ponce
De coração de Leão
Talvez nasceu num parto sem hora
Frequentou loucuras de boa
E viajava nas dificuldades.
Magrelo num sorriso menino
Gênio forte, mil sentimentos
Um puta lapidador
Que extravasa a dor
Em noite de luar.
De temperamento temperado
É bem verdade
Companheiro da liberdade
Ele não foge do lema
Espalhando o tema
Fumegando o destino
Do trem da Lapidação.
Vivendo a vida
Ele é do avesso
E não foge do destino
De ser boto poético
No interior do seu interior...

(Alex Contente)

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CINQUENTA ANOS

(Com cinquenta anos aprendi que ainda tenho que aprender muito. Mais. Muito mais. ) Fazer cinquenta anos é entender que os desenganos também...

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