sexta-feira, 27 de setembro de 2024

CINQUENTA ANOS

(Com cinquenta anos aprendi que ainda tenho que aprender muito. Mais. Muito mais.)


Fazer cinquenta anos é entender que os desenganos também fazem parte da vida mirabolante. E no final tudo vão dar no mesmo lugar, isto é, aqui e agora.

Fazer cinquenta anos é cair de cabeça na infância: bebendo água da chuva e se encharcando de teimosia.

Fazer cinquenta anos é esquecer a ganância; é ir atrás de encontrar um amigo na longa distância.

Fazer cinquenta anos é lembrar o quão estamos cada vez mais longe mesmo estando perto de tudo e de todos.

Fazer cinquenta anos é entender que a juventude é ignorante. E que a virtude pode ser ao mesmo tempo gentil ou rude.

Fazer cinquenta anos é entender que o auge do gozo vem a galope na maturidade.

Fazer cinquenta anos é perceber que os pais quase sempre têm razão: amor e verdade ao velho conselho.

Fazer cinquenta anos é compreender que tudo foi vivido de maneira dividido com muita vontade.

Fazer cinquenta anos é insistir na bondade: fazer o bem vence o mal de alguém.

Fazer cinquenta anos é perceber que o tempo anima e absorve. E que o ritmo do compasso diminui o passo.

Fazer cinquenta anos é saber que quanto mais vai se ganhando, vai se perdendo, sobrando em experiência.

Fazer cinquenta anos é seguir contente. Acertar em cheio. Correr firme. Bem distante da tolice humana.

Fazer cinquenta anos é absorver uma oração, uma razão, uma fé. Deitado ou em pé.

Fazer cinquenta anos é ter a certeza de que tudo isso tem uma explicação: a vida se faz presente!


poeta Alex Contente

quinta-feira, 5 de outubro de 2023

A-DEUS!

*19.09.1954    †31.08.2023

Ele não era um amigo. Era um irmão. Que a vida me deu. Daqueles preciosos. E que não passam de 5. Para sempre nas lembranças. Meu irmão, João Roberto.

by poeta Alex Contente


terça-feira, 19 de setembro de 2023

19.08.2023

ADEUS, Fortaleza! 
Gratidão por tudo.

Praia de Mundaú
Canindé
Centro Cultural Dragão do Mar






Casarão de Iracema

Praia de Iracema

Bica das Andréias (Pacatuba)

Museu do Caju (Caucaia)

Praia do Cumbuco

Praia da Lagoinha (Paraipaba)

Praia de Iracema

Bica das Andréias

Praia do Japão (Aquiraz)

Serra da Tucunduba (Caucaia)






Museu do Chico Anysio (Maranguape)

domingo, 6 de agosto de 2023

NOVE ANOS SEM SEUS DOCES BEIJOS

Nenhuma força fará lhe esquecer. Dentro da tristeza tem muita saudade hoje. Já diria Vinicius de Moraes, o poetinha - 'a vida é a arte do encontro embora haja tanto desencontro pela vida'. Histórias de amor que não morrem nunca... mesmo no frio, sem rio e no meio do fio, amo-te para sempre, minha vó!!!

poeta Alex Contente

sábado, 29 de julho de 2023

DESPEDIDA ( FINAL )

O Ceará não é só aquela explosão de forró que representa, é muito mais coisa do que ele é. É aquela madrugada que, de repente, papoca do céu lágrimas dos anjos, sangrando açudes e enchendo rios.

Também é sinônimo de uma infinidade de coisas: de cenas, lugares, costumes, iguarias gastronômicas, rostos sofridos, e linguajar cearês... enfim, um povo poderoso que desconhece seu poder.

Sabemos que o Ceará é a Terra da Luz, que canta e encanta. Carrega sozinho no sertão muita coisa linda e muita coisa triste. Com olhar desconfiado e caído, a mãe da Terra sempre sofre com o filho que escolhe viver em outro lugar.

O Ceará tem na bandeira uma enorme árvore de luta histórica. Se traduz num eterno mandacaru de uma alvorada batalha que ninguém sabe o tamanho do guerreiro que se tem.

Vou-me embora daqui levando muita saudade na bagagem. Por aqui deixarei muitas histórias. Boas e ruins. E como o canto de um passarinho - tal qual eu vou, também deixarei muita saudade.



poeta Alex Contente

segunda-feira, 26 de junho de 2023

DESPEDIDA I

Eu vim pra cá pro Ceará e me misturei com a terra, com o mar (ah, que mar!), com as noites e ondas do luar, às vezes melancolicamente e outras com largas vacas gordas. Sempre com presença marcante nas andanças fortalezenses, sob o sol sempre a pino castigando tudo e ao mesmo tempo purificando a todos.

Oito anos sentindo pureza, pureza de um povo, de um lugar, de uma tribo (indígena, sim, pois ainda há tribos por aqui), uma nação cujo povo acorda de madrugada pra ir pra luta e ao cair da noite estão calados, cansados e, claro, exaustos.

Um povo que fala cantando, que tem sorriso solto, piada contagiante (tirada da própria desgraça), com aquele abraço comedido às vezes até distante, carregado de calor nordestino.

Povo que também tem muita coisa triste, como a miséria que nunca acaba. Mas sempre com uma pontinha de esperança e a fé inabalável de que alguma coisa aconteça em suas vidas. Mesmo quando a chuva não vem. E quase nunca vem.

Todavia, nada é perturbador pra esse povo, tão diferente, sim, mas tão batalhador, sofrido e tão tudo, mas que em cada lar, em cada parede, há sempre um retrato de esperança na porta da casa. 

O Estado do Ceará é filho da vontade - entre delícias e dores, assim como também é filho do milho, do feijão verde, da feira que predomina em cada bairro, da miúdeza, da renda, do artesanato, do doce mel, da fava e, o melhor, da buchada, panelada, carneiro ao molho, galinha cabidela, e tripa de porco assada pelas ruelas abaixo.



poeta Alex Contente

sábado, 17 de junho de 2023

BREVE ENCONTRO

 #tbt sabático de hoje é dela, é pra ela. Somente dela. Por quê? Porque ela é demais. Totalmente demais. Eu não posso esquecer nunca disso. Ainda que seja tudo por nada. Mas nunca será nada, porque ela é sempre tudo.

Claro que ela também tem seus mistérios. Mesmo com o jeito doce e meigo e rebelde. E muito mais. E mais: ela tem brilho de estrela, aquela que faz o sol ser seu filho-louco-
sonhador, com direito a cafuné n'alma...


Quem é ela?

Ela é mãe, ser sobrenatural. E longe de qualquer dilema, sou filho dela, Helena, e ela é minha árvore; portanto, sou seu fruto.

poeta Alex Contente


quinta-feira, 15 de junho de 2023

DESPEDIDA

Quando você se despede de um lugar é uma tremenda dificuldade, pois as coisas que vêm do coração dão a entender que não têm mais o que se conquistar, o que se apreciar, o que se fazer, as alegrias ficam pela metade e o desânimo deixa de ser passageiro.

Uma despedida seja lá de qualquer coisa, de uma cidade, de um cheiro, por exemplo, ou até de um amor, sempre implica um esforço emocional danado, de algo que poderá deixar saudade. Ou não. 

Nessas situações, se algo deu errado ou se não foi bom, em muitas ocasiões, enfim, já era, não tem revanche.

De qualquer forma (e é muito difícil isso), com tantas outras coisas para dizer, mas nunca se está preparado para um dia dizer adeus. 

É aceitar. E pronto. É uma viagem de ventania.

poeta Alex Contente

sexta-feira, 21 de abril de 2023

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

O NOVO ANO DE CADA DIA

O novo ano bate à porta. Carregado de doze meses. Assim como doze apóstolos. Cada dia enraizado no espaço. Estabelecido num determinado tempo. Lugar das horas. 

Cada sol, cada chuva, cada peculiaridade. Alegria. E tristeza. Luta. E sofrimento. Vitória. E derrota. Mentira. E verdade. Sonho. E realidade. Lembrança. E saudade. Sabedoria. E loucura. Milagre. E fé. Vida. E morte. Como Deus planejou a vida.

O mundo gira. Todo mundo rodopia. Íntimo. E profundo. De janeiro a janeiro. Dia após dia. Até a volta do Pai Celestial. 

E que assim seja.

poeta Alex Contente

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(Com cinquenta anos aprendi que ainda tenho que aprender muito. Mais. Muito mais. ) Fazer cinquenta anos é entender que os desenganos também...

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